Focos de queimadas no Pantanal já superam em 11 vezes a média histórica para o mês de novembro. Grupo resgata animais feridos por incêndios e música inédita emocionante retrata destruição do bioma
Os incêndios que atingem o Pantanal já devastaram mais de 1 milhão de hectares nas últimas semanas no Mato Grosso. Desde o início de outubro, um incêndio atinge o Parque Estadual Encontro das Águas, localizado entre os municípios de Barão de Melgaço e Poconé, a 250 km de Cuiabá e conhecido por deter a maior concentração de onças-pintadas do mundo. Até agora, foram queimados 40% da área total do Parque.
Veterinários e membros do Grupo de Resgate de Animais em Desastres auxiliam animais feridos em incêndios que devastaram o Pantanal, uma das maiores áreas úmidas de água doce do mundo, no centro-oeste do Brasil.
Incêndios no Pantanal
O Pantanal, considerado a maior área úmida do mundo, está sendo duramente castigado por incêndios fora de controle que não apenas afetam sua exuberante flora, mas também colocam em risco a rica fauna local. Essa tragédia, que se desenrola há várias semanas, atinge proporções alarmantes, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, indicam que os focos de queimadas já superam em onze vezes a média histórica para o mês de novembro.
O Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), composto por mais de 80 voluntários especializados, está na linha de frente dessa batalha, tentando salvar animais que caíram vítimas das chamas avassaladoras. As imagens são angustiantes, mostrando animais com patas queimadas e feridas, um testemunho da crueldade dos incêndios. Desde onças-pintadas até o gado que normalmente pasta na região, todos estão sujeitos aos impactos devastadores.
Os incêndios, que atingiram mais de 40% da superfície do Parque Encontro das Águas, lar da maior concentração mundial de onças-pintadas, são atribuídos principalmente à ação humana. A seca excepcional que assola a região contribui para agravar ainda mais a situação. Especialistas alertam que a maior parte dos incêndios no Pantanal são causados pela atividade humana, reforçando a responsabilidade coletiva em lidar com essa emergência.
Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD)
Enquanto a fauna sofre danos irreparáveis, voluntários correm contra o tempo para resgatar animais vivos e minimizar os impactos na vida selvagem. O resgate inclui desde mamíferos até pequenos ouriços, muitos dos quais não escaparam da inalação de fumaça letal.
O Parque Nacional, que abriga uma biodiversidade única com mais de 656 espécies de aves, 159 mamíferos, 325 peixes, 98 répteis, 53 anfíbios e mais de 3500 espécies de plantas, está enfrentando uma situação de total descontrole. Imagens de animais mortos tornaram-se comuns, e a fauna, que torna o Pantanal um dos ecossistemas mais ricos do planeta, está à beira do colapso.
Este não é apenas um desastre ambiental, mas uma tragédia humanitária. O GRAD, composto por uma equipe técnica qualificada, pede não apenas recursos para salvar animais, mas também a conscientização sobre a importância de preservar esses ecossistemas vitais. A destruição do Pantanal não é apenas a perda de um patrimônio natural, mas um golpe profundo na biodiversidade global.
Abaixo você confere um vídeo compilado deste trabalho realizado pelo GRAD. As cenas são emocionantes, aperte o play e confira!
Enquanto voluntários se esforçam para conter os incêndios e resgatar animais, é crucial que a sociedade como um todo se mobilize. A responsabilidade de proteger nosso planeta e suas preciosas formas de vida é compartilhada, e a resposta a essa emergência ambiental deve transcender fronteiras e interesses individuais. O Pantanal clama por socorro, e cabe a todos nós atuar antes que seja tarde demais.
O GRAD conta hoje com o apoio dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária dos Estados atingidos, bem como do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Fórum Nacional de Defesa e Proteção Animal (FNDPA) e Conselho Federal de Medicina Veterinária. Apesar de possuir um grupo grande de voluntários, o GRAD conta sempre com o apoio de voluntários e Médicos Veterinários locais, bem como atua alinhado com os órgãos oficiais, como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar, Guarda Municipal, Poder Executivo, entre outros.
Música inédita: O Pantanal é nossa vida
Uma mensagem de apelo e conscientização foi realizada em formato audiovisual. A produção musical “O Pantanal é nossa vida”, lançada o ano passado, destaca ainda a necessidade de proteger os municípios pantaneiros, manter a pecuária sustentável no bioma e utilizar o ativo como “moeda verde” nos programas de crédito de carbono.
A composição é do ex-Deputado Estadual e atual Secretário de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Professor Allan Kardec, em parceria com multi-instrumentista Oliveira Filho. A voz é do cantor Allan Maycon e produção do videoclipe foi feita por Vicente Delgado, do Agronews. O secretário afirma que a produção descreve a união e força, a esperança de todos os pantaneiros, homens e mulheres e dos empresários e organizações que vivem e defendem o Pantanal. E do “violeiro que volta a cantar as belezas naturais” do bioma.
“Falamos não só da preservação, como também do desenvolvimento econômico da pecuária sustentável, do Pantanal ser potência com nosso gado. Lutamos juntos com os pecuaristas que têm sua propriedade e mantêm preservação dos seus ninhais, da área de reserva. Estamos lutando para que esse proprietário receba dinheiro, recurso do programa crédito de carbono, ‘moeda verde’ “, argumenta Prof. Allan.
A música inédita “O Pantanal é nossa vida” ganhou um videoclipe que narra a destruição deste paraíso ecológico pelas queimadas. Em algumas cenas podemos ver animais que foram mortos durante os incêndios e outros que sobreviveram, porém com queimaduras e feridas. Aperte o play e aumente o som!
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