Uma caixa com mais de dez peças de carne produzidas em Mato Grosso foi entregue pelo governador Pedro Taques (PSDB) ao presidente Michel Temer (PMDB) na última terça-feira, 21, em Brasília. A reunião – agendada às pressas – serviu para externar a preocupação do Estado com o atual cenário da cadeia da carne brasileira.
Ao final do encontro, Taques atendeu a imprensa. Disse que a situação é grave, mas não pode ser generalizada. “São apenas 0,3% dos frigoríficos do Brasil e nenhuma planta em Mato Grosso”. Ele lembrou que os produtos mato-grossense têm conquistado mercados internacionais em razão da qualidade e voltou a garantir a excelência da carne produzida no Estado que detém hoje o maior rebanho do país.
Ao Temer, Taques frisou que medidas visando a defesa sanitária animal foram tomadas antes mesmo da Operação Carne Fraca. “Antes desta crise tomamos medidas significativas no sentido de fazer com que nossa carne tenha padrões de qualidade internacional, com certificação, rastreabilidade e defesa sanitária”.
Para isso, o tucano citou a criação do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) e o fortalecimento do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), o qual receberá 32 novas viaturas na tarde desta terça em Lucas do Rio Verde. No município, o governador disse que se encontrará com o Ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para dar continuidade as tratativas da crise.
Sobre anúncio de suspensão da compra de carne por países estrangeiros, Taques demonstrou tranquilidade ao responder que o Ministério das Relações Exteriores e o Itamaraty estão tomando as medidas cabíveis diante da insegurança no mercado internacional.
Reunião
Na tarde do dia 20, o chefe do executivo estadual se reuniu no Palácio Paiaguás com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Tomczyk e demais representantes da cadeia da carne. Em pauta, os investimentos na questão da defesa sanitária e melhoramentos, bem como a ampliação do mercado consumidor.
Na ocasião, o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Guilherme Nolasco, defendeu o aperfeiçoamento do sistema de inspeção que existe hoje. “Esse sistema é seguro e nos trouxe até aqui, mas sempre é possível melhorar”, disse ao LIVRE.
Entre as sugestões, está a separação do que é inspeção e do que é fiscalização. “A primeira é atribuição de um médico veterinário, público ou privado, já a fiscalização compete ao Estado e na legislação federal essas duas coisas caminham juntas. No sistema estadual nos já separamos isso”. Segundo Nolasco, a medida garante mais autonomia e segurança, pois caso exista um erro o responsável pode ser substituído de forma imediata.
Também participaram da reunião o vice-governador Carlos Fávaro, o presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Wagner Bachi, e Luciano Vaccari, da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat).
Fonte: ACRIMAT