As cotações do milho experimentaram uma ascensão notável na última semana. Esse aumento significativo tem origem na cautela de muitos produtores, que, de olho na demanda internacional em alta, nos crescentes preços no exterior e na valorização do dólar, decidiram recuar suas vendas. Essa dinâmica tem gerado desafios para compradores que buscam adquirir novos lotes. Por trás desse movimento, encontram-se fatores no mercado externo, com influências internacionais que vão desde a valorização do trigo até a postura retraída dos produtores nos Estados Unidos (EUA). Além disso, o clima desfavorável no Hemisfério Norte também contribui para o cenário atual.
A recente valorização das cotações do milho encontra sua origem na retração de muitos produtores. Estes, cientes da demanda internacional aquecida e dos crescentes preços nos mercados internacionais, optaram por segurar suas vendas, aguardando possíveis aumentos. Ao mesmo tempo, o dólar mais forte tem sido um estímulo adicional para essa estratégia, tornando o grão ainda mais atrativo para os compradores estrangeiros. Esse contexto tem criado obstáculos para os compradores que, agora enfrentam dificuldades em negociar novos lotes a preços competitivos.
As altas nos preços internacionais do milho também desempenham um papel crucial nesse cenário. A valorização do trigo, que influencia diretamente os preços do milho, tem sido um fator relevante. Além disso, a retração dos vendedores nos Estados Unidos é um ponto a ser destacado. Muitos produtores norte-americanos têm demonstrado relutância em comercializar seus grãos, pois consideram os atuais patamares de preços abaixo do desejado. A incerteza sobre o clima em partes do Hemisfério Norte também está afetando a oferta global de milho.
De acordo com o último relatório do Imea, a demanda de milho para a safra 2022/23 em Mato Grosso registrou um aumento de 0,30% em relação ao relatório anterior, totalizando 50,84 milhões de toneladas. Esse aumento é impulsionado principalmente pelas expectativas de exportação, que alcançaram 31,23 milhões de toneladas, um aumento de 0,71%. As exportações recordes realizadas pelo estado no último mês e as projeções otimistas para os próximos meses contribuíram para essa perspectiva de escoamento.
Por outro lado, as projeções para a safra 2023/24 indicam uma demanda de 46,37 milhões de toneladas, uma diminuição de 0,15% em relação ao mês anterior. Essa redução é liderada pelo consumo em Mato Grosso, projetado em 14,62 milhões de toneladas, um declínio de 0,49% em relação a setembro de 2023. Esse recuo é atribuído, em grande parte, à menor projeção de consumo para alimentação animal.
Para a safra 2023/24, os estoques finais estão previstos em 845,16 mil toneladas, refletindo uma redução significativa de 8,45% em relação ao mês de setembro de 2023. Essa diminuição nos estoques finais ressalta a tendência de alta nos preços do milho e a importância de gerenciar cuidadosamente os recursos disponíveis.
Na análise anterior, “A temporada agrícola no Brasil está em pleno movimento, com a colheita da segunda safra e a semeadura da safra verão avançando em grande parte das regiões do país. No entanto, um cenário complexo se desenha no mercado de milho, onde a comercialização permanece em ritmo lento. Os compradores estão optando por utilizar os estoques previamente negociados, demonstrando cautela em um momento de incertezas”. Clique aqui para saber mais desta análise.
No quadro de Direito Ambiental, a Dra. Alessandra Panizi esclarece sobre um tema de grande relevância: o Marco Temporal da demarcação de terras indígenas
Recentemente, foi aprovado no Senado o projeto de lei 2903/2023, que estabelece o Marco Temporal e introduz outras regulamentações cruciais para essa questão. Aperte o play no vídeo abaixo e confira a análise completa.
Por Daniele Balieiro
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