“A ausência do censo agropecuário é uma omissão grave para o futuro da economia brasileira”. A crítica do novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello de Castro, foi feita durante reunião com o conselheiro Antonio Joaquim, presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), na manhã desta quarta-feira (10/08). O censo, que possuía uma periodicidade quinquenal, não é realizado deste 2006.
De acordo com Rabello, que assumiu a direção do Instituto há pouco mais de um mês, o censo agropecuário retornará como uma das prioridades em sua gestão. “É impensável acompanhar o desenvolvimento do país sem dados estatísticos que embasam estas informações. A administração pública só se realiza com números, como os aferidos pelo IBGE, que também perpassam a economia agrícola e ambiental”, pontuou o economista. A previsão é de que em 2017 as pesquisas sejam realizadas e já em 2018 divulgue-se os resultados verificados.
Para o presidente do TCE de Mato Grosso, Antonio Joaquim, receber o novo gestor do IBGE representa a importância mútua dada pelos representantes das duas instituições e o reconhecimento da necessidade de cooperação entre ambas. “Eu considero o censo um parâmetro extremamente relevante para a economia do Estado. Conseguiremos demonstrar com clareza, inclusive para os organismos internacionais, que a atividade do agronegócio pouco conflita com as fronteiras ambientais, por exemplo”, afirmou o presidente.
O IBGE é o principal provedor de dados e informações do país e atende às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil, bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal. Dentre suas principais funções estão produção e análise de informações estatísticas, produção e análise de informações geográficas, estruturação e implantação de um sistema de informações ambientais, documentação e disseminação de informações e coordenação dos sistemas estatístico e cartográfico nacionais.
O escopo do Instituto foi desenhado desde o período imperial, quando em 1871 foi criada a Diretoria Geral de Estatística. As atribuições atuais seguem desde meados de 1937, com a instituição do Conselho Brasileiro de Geografia que, incorporado ao Instituto Nacional de Estatística, passou a se chamar IBGE.