SMGEO Indireto tem como objetivo evitar fraudes na venda de animais nascidos em áreas de desmatamento para a indústria
Constantemente alvo de denúncias de desmatamento e trabalho escravo, o Estado do Pará é visto por muitos como um dos grandes vilões da cadeia produtiva da pecuária brasileira.
A credibilidade do trabalho dos pecuaristas do estado foi colocada à prova recentemente com a operação Carne Fria, que investigava uma fraude no acordo com os frigoríficos de comprar animais de áreas sem desmatamento.
De acordo com a investigação, as fazendas de áreas desmatadas produziam os bezerros e os vendiam para propriedades legais, que os engordavam e vendiam à indústria como se eles tivessem sido produzidos dentro da legalidade.
Esse cenário reforçou ainda mais o anseio de uma força tarefa no Estado para apoiar o trabalho de pecuaristas que cumprem as exigências socioambientais de produção.
O projeto contou com a adesão de ONGs como Amigos da Terra, Projeto Pecuária Verde de Paragominas e Associação dos Criadores do Pará (Acripará), além de grandes produtores locais e da Piastrella Rastreabilidade Animal, que será encarregada de monitorar a origem dos bezerros desde o nascimento e realizar o seu registro junto ao Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Essa plataforma dará segurança jurídica aos frigoríficos, que saberão a procedência dos animais que estão comprando e estarão resguardados caso exista novas denúncias de ilegalidade.
No lado dos produtores, eles conseguirão comprovar que estão dentro da legalidade, reforçando a credibilidade do seu trabalho e facilitando acesso a novos mercados.
O projeto está fase final e deverá ser lançado oficialmente no fim de julho.
Inicialmente está previsto que mais de 200.000 animais sejam rastreados.
Fonte: Portal DBO
Edição: Agronews