Nem sempre os consumidores encontram a carne que desejam em termos de qualidade, incluindo suculência, maciez e sabor
Por que isso acontece? “Por uma série de fatores, que passam pelo método de criação do gado até a escolha dos cortes nos frigoríficos”, explica Roberto Barcellos, um dos maiores especialistas brasileiros em carne bovina, que participa da BeefExpo 2017.
O Brasil produz atualmente em torno de 9,5 milhões de toneladas de carne por ano. Desse total, cerca de 20% (1,8 milhão de toneladas são exportados. Os demais 7,5 milhões de toneladas são consumidos no mercado interno. “O brasileiro é um apaixonado por carne. São mais de 36 kg/hab/ano. Já foram mais de 40 kg, mas a crise econômica recente diminuiu o consumo.
Recentemente, o brasileiro começou a se interessar por carne de qualidade. Essa situação está levando as fazendas pecuárias a investirem em melhor genética, nutrição, sanidade e gestão para colocar à disposição do mercado uma carne mais suculenta e saborosa.
Num determinado momento, os pecuaristas estavam produzindo uma carne, mas o consumidor queria outra. Assim, a conta não fecha.
A utilização de genética superior é um exemplo da necessidade dessa mudança. Hoje, temos em torno a média de 70% nos rendimentos de desossa no Brasil.
Um animal superior, consegue rendimento de 80% na desossa, e esses 10% de diferença chega a oferecer cerca de 2% de lucro/mês ao pecuarista.
Nesse cenário, o maior desafio da pecuária brasileira atualmente é produzir carne de qualidade.
O especialista também chama a atenção para os diferentes perfis de consumidores: “Hoje, convivemos com o consumo do dia a dia (necessidade) e o consumo no fim de semana (prazer pela qualidade). Temos de produzir animais que atendam esses dois mercados. As oportunidades estão aí. O Brasil é um país produtor, o brasileiro gosta de carne. Os pecuaristas precisam analisar o seu negócio e avaliar se estão atendendo à demanda existente não da maneira como ele acha que deve atender, mas satisfazendo os clientes finais”.
Edição: Agronews