Consultoria projeta 116,10 milhões de toneladas para as duas safras de milho
O nono levantamento da Datagro sobre a safra brasileira 2021/22 de soja aponta para 41,67 milhões de hectares, incremento de 6,1% sobre os 39,29 milhões de ha da temporada 2020/21 — em maio, no 8º levantamento, era previsto 41,23 milhões de ha. Esse número confirma a direção da projeção inicial da consultoria para a área de plantio, divulgada em julho do ano passado, de 40,57 milhões de ha, que acabou sendo intensificado pelos produtores durante o período de definição.
Todavia, o País colheu uma safra muito inferior ao potencial inicial, estimado em cerca de 145 milhões de toneladas. A exemplo da temporada anterior, o modelo climático vigente foi o La Niña, que apesar da intensidade de fraca a moderada, acabou trazendo expressivo prejuízo à nova safra de milho de verão e, especialmente, à soja.
Parte dessas perdas foram amortecidas pelos interessantes rendimentos alcançados nos estados do Centro-Norte. Devido a isso, a Datagro revisou sua previsão para 126,18 mi de toneladas, 1,1% acima das 124,86 mi de toneladas estimadas em maio, mas ainda bem abaixo das 142,05 milhões de toneladas projetadas em dezembro do ano passado. Em caso de confirmação, esse volume será 9,1% inferior à safra recorde de 2020/21, quando foram colhidas 138,81 milhões de toneladas.
“O aumento de área aconteceu de forma praticamente homogênea em todo o País, com destaques percentuais para os incrementos nas áreas de Cerrado e Campos Gerais de Roraima, Pará e Rondônia e também com avanços expressivos no Centro-Oeste e Sudeste”, diz Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da Datagro.
“No entanto, a produtividade caiu intensamente nos estados da região Sul do País, Mato Grosso do Sul e Rondônia, com ganhos apenas no Mato Grosso, Goiás, São Paulo, região do Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins) e Roraima”, complementa França Junior.
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Milho
A análise continua indicando avanço de 5% na área destinada ao milho de verão no País na safra 2021/22, passando de 4,40 milhões de ha para 4,60 milhões de ha, sendo 3,11 milhões de ha no Centro-Sul — 4% superior aos 2,99 milhões de ha de 2020/21 — e 1,49 milhões de ha no Norte/Nordeste, 6% a mais ante a temporada anterior.
A 1ª safra de milho teve o potencial de produção ajustado para 24,85 milhões de toneladas — 18,20 mi de toneladas do Centro-Sul e 6,65 milhões de toneladas do Norte/Nordeste –, um pouco acima das 24,84 milhões de toneladas da estimativa de maio, mas 1% abaixo da também complicada safra de 2021 — 25 milhões de toneladas.
O levantamento traz ajuste para cima na área do milho de inverno: passando dos 17,69 milhões de ha apontados em maio para 17,96 milhões de ha, sendo 15,21 milhões de ha do Centro-Sul e 2,75 milhões de ha do Norte/Nordeste, 12% superior aos 16,07 milhões de ha do ano passado.
O potencial de produção do País para a 2ª safra é de 91,25 milhões de toneladas, ante 89,50 mi de toneladas apontadas no levantamento anterior, aumento de 45% sobre as 62,72 milhões de toneladas da fortemente quebrada temporada de 2021. Desse total, a região Centro-Sul responderia por 83,55 milhões de toneladas e o Norte/Nordeste por 7,70 milhões de toneladas.
No total das duas safras, o Brasil tem previsão de área para 2021/22 de 22,57 milhões de ha, 10% acima dos 20,47 milhões de ha do ano passado. Quanto à produção, projeta-se 116,10 milhões de toneladas, contra 114,35 milhões de toneladas previstas em maio – 32% acima da comprometida temporada 2020/21, quando foram colhidas 87,72 milhões de toneladas.
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