Sempre que uma fábrica vende seus produtos para algum cliente, vem imediatamente a necessidade de transporte da mercadoria comercializada. Para se ter uma ideia, no Brasil, aproximadamente 60% do transporte de carga é feito pelo modal rodoviário e, quando desconsideramos o transporte de grãos, esse percentual fica ainda maior.
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O fato é que para fazer o transporte rodoviário de cargas no Brasil, além de todos os desafios operacionais de planejamento de viagem, monitoramento de carga e veículo, gestão de ocorrências, ainda existe a obrigatoriedade de emissão de documentos exigidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pelas Secretarias da Fazenda dos estados (Sefaz).
Diante desse cenário, com a predominância do modelo de contratação de empresas transportadoras para a realização do transporte, os produtores conseguem ter maior foco no core business e não necessitam de uma estrutura extra para garantir toda a operação de distribuição. Além disso, vale observar que, com esse modelo de operação, os produtores evitam os problemas da sazonalidade de suas mercadorias, eliminando o excesso de frota em momentos de alta demanda e a ociosidade nas épocas de baixa.
Nos últimos anos, entretanto, surgiram, no mercado, alternativas com a proposta de mudança desse modelo, proporcionando a contratação de motoristas autônomos diretamente pelos produtores; os famosos marketplaces de fretes. Esse cenário – conhecido popularmente como “uberização” do transporte de cargas – tem como argumento a redução de custo com a eliminação das transportadoras nos processos. Porém, ao aceitarem essa solução, os produtores precisam assumir as tarefas burocráticas realizadas pelas empresas transportadoras, e, assim, em vez de redução de custos, o que se enxerga é um aumento. Uma vez que optassem por essa solução, os produtores precisariam assumir as tarefas burocráticas realizadas pelas empresas transportadoras, e assim, em vez de uma redução, elas enfrentavam um aumento dos custos.
Com isso, esses efeitos reafirmam a importância do modelo embarcador-transportadora-motorista hoje, e provavelmente por muito tempo, como o mais eficaz para todos os setores envolvidos. Nunca é demais, no entanto, reafirmar que é fundamental para o sucesso dos negócios que as transportadoras mantenham a excelência em seus serviços, com custos menores aos produtores, garantindo o cumprimento de todas as exigências legais e promovendo a visibilidade da operação.
*Gustavo Loch é professor da Universidade Federal do Paraná e apoia a equipe de desenvolvimento de soluções logísticas da Nimbi, empresa de tecnologia especializada em supply chain management, com soluções que aumentam a produtividade e geram economia para as organizações.
Por Gustavo Loch
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