Os futuros da oleaginosa fecharam o dia com altas de 12,25 a 18,50 pontos nas posições mais negociadas, levando o novembro/20 e o março/21 a US$ 9,96 por bushel no enceramento do pregão. “O sentimento em Chicago é positivo, o lado fundamental está ajudando e temos um novo patamar para os próximos dias”, diz Gutierrez. Ao longo da sexta, as cotações chegaram a bater nos US$ 10,00, mas devolveram. Mas, para o analista, há espaço para que o mercado teste novamente estes patamares precisa de mais notícias fortes, principalmente sobre as questões climáticas.
E não só o cenário para a safra americana ter seu desenvolvimento concluído é observado pelo mercado internacional, mas também as condições no Brasil. O início da safra 2020/21 enfrenta alguns problemas com falta de chuvas e um La Niña já está confirmado, outro fator de suporte para as cotações na CBOT neste momento.
A demanda forte da China é outro fator que continua sendo monitorado pelo mercado. A nação asiática tem comprado forte nos EUA – somente nesta semana o volume superou 1 milhão de toneladas – e os produtores têm aproveitado o melhor momento dos preços para comercializar. São preços que remuneram melhor e que não vinham sendo registrados desde 2018.
Todavia, o analista afirma ainda que aos poucos o país pode se voltar de novo para a safra da América do Sul, em especial do Brasil. “Essa confirmação do La Niña é central para o mercado, fundamental para entendermos os próximos meses do mercado. O La Niña costuma trazer perdas importantes para o Brasil e a Argentina, e dependendo do que acontece nos próximos meses, se tivermos perdas na safra brasileira, a China pode avançar ainda mais sobre as compras de soja americana”.
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MERCADO INTERNO
Assim como em Chicago, o fenômeno climático é central para o mercado brasileiro também e determinante para a formação dos preços da soja por aqui. Ao passo em que o temor cresce por conta disso, o ritmo da comercialização no Brasil deve se desacelerar um pouco mais com foco nos trabalhos de campo e diante do percentual de venda antecipada bastante elevado.
“Se ele já antecipou muito e tem um fenômeno que pode trazer perdas pra ele, ele tem um risco climático maior e tende a diminuir seu ritmo de vendas. E o segundo fator é a questão de que problemas climáticos na América do Sul podem trazer espaço para altas em Chicago, podem trazer oportunidade de vender mais a frente com Chicago mais alto. Então, esses dois fatores podem frear a venda antecipada no Brasil”, diz Gutierrez.
Fonte: Notícias Agrícolas