O líquido mais valioso do mundo é produzido pelo Escorpião Amarelo da Palestina, um dos animais mais perigosos do planeta
Você já imaginou que o veneno de um escorpião poderia valer tanto? Segundo o site “Business Insider”, uma única gota deste líquido pode custar cerca de US$ 130 (aproximadamente R$ 641), e um galão deste líquido pode chegar a custar até US$ 39 milhões de dólares (ou cerca de R$ 192,3 milhões de reais). Levando-se em consideração que um galão equivale a 3,8 litros (R$ 192,3 / 3,8 = R$ 50,6), então podemos dizer que apenas 1 litro deste líquido custa cerca de R$ 50 milhões de reais.
Líquido mais valioso do mundo
Apesar de ser extremamente caro, o veneno não pode ser comprado em grandes quantidades, sendo comercializado normalmente em dosagens muito pequenas. Este escorpião, também conhecido como “perseguidor da morte” (deathstalker), produz diferentes neurotoxinas em seu veneno, incluindo a clorotoxina, que tem grande potencial para ser usada em avanços médicos. Estudos já mostraram que a substância pode ser utilizada para combater a malária em mosquitos e há esperança de que tenha resultados semelhantes em humanos.
Em 2015, foram iniciados ensaios clínicos para o uso de clorotoxina com uma molécula fluorescente acoplada como “tinta” para tumores cerebrais (BLZ-100), a fim de marcar as células cancerosas em tempo real durante uma operação. Isso é importante na cirurgia de câncer cerebral, onde é vital remover o máximo possível de células cancerosas, mas sem remover o tecido saudável necessário para o funcionamento cerebral.
Nos ensaios pré-clínicos em animais, a técnica pode destacar aglomerados extremamente pequenos de apenas 200 células cancerosas, em comparação com o uso padrão de ressonância magnética (MRI), com um limite inferior superior a 500.000 células.
O preço elevado se deve ao fato de que o veneno precisa ser extraído manualmente, o que pode ser perigoso, e um escorpião só produz dois miligramas do líquido de cada vez. Além disso, o escorpião amarelo da Palestina é encontrado principalmente no Oriente Médio e Norte da África, mas pode ser encontrado em outras partes do mundo devido ao comércio de animais exóticos.
Escorpião Amarelo da Palestina
O escorpião amarelo da Palestina (Leiurus quinquestriatus) é uma espécie de escorpião altamente venenosa da família Buthidae. É nativo da região do Oriente Médio e pode ser encontrado em países como Israel, Egito, Síria e Irã. Essa espécie é geralmente amarela com um corpo achatado e uma cauda fina e longa, que é a principal fonte de injeção de veneno.
O veneno do escorpião amarelo da Palestina é altamente tóxico e pode causar sintomas graves em humanos, como dor intensa, náusea, vômito, taquicardia e paralisia respiratória. O envenenamento por essa espécie é considerado uma emergência médica e requer tratamento imediato com antídoto específico. Além disso, o escorpião amarelo da Palestina é um animal importante para estudos médicos, pois seu veneno contém substâncias que têm propriedades antibióticas e antitumorais, e podem ser utilizadas no desenvolvimento de novos medicamentos.
Com sua coloração amarela brilhante e pernas longas e finas, o escorpião amarelo da Palestina costuma medir cerca de 8 a 10 centímetros de comprimento e possui uma cauda com um ferrão curvo que libera o veneno. Embora seja importante lembrar que a picada deste animal pode ser fatal para algumas pessoas, ele desempenha um papel importante no ecossistema, ajudando a controlar a população de insetos e outros pequenos animais.
No entanto, é preciso tomar medidas de precaução para evitar o contato com o animal, já que a picada pode resultar em febre, convulsões e paralisia, dependendo da saúde da vítima. Crianças e idosos são mais vulneráveis aos efeitos da picada, e pessoas alérgicas podem desenvolver pancreatite e edema pulmonar. Apenas 0,25 mg do veneno do escorpião é suficiente para matar um roedor de 1 kg!
Curiosidades
Curiosamente, para obter um galão (3,8 litros) do veneno do escorpião, seria necessário “ordenhar” 2,64 milhões de exemplares da espécie! Além disso, o escorpião amarelo da Palestina ainda pode sobreviver por vários meses sem comida ou água, tornando-o altamente adaptável a ambientes extremos. Eles são animais noturnos e geralmente se escondem durante o dia para evitar o calor do sol e predadores.
Por Vicente Delgado – AGRONEWS®