O Reino Unido pode sofrer com faltas de combustível, alimentos e remédios caso saia da União Europeia sem um acordo de transição, segundo documentos oficiais publicados pelo jornal Sunday Times, cuja interpretação foi imediatamente contestada por ministros. Apresentando um panorama de portos congestionados, protestos do público e problemas generalizados, o jornal disse que as previsões formuladas pelo governo mostram os mais prováveis choques de um Brexit sem acordo, e não as piores possibilidades de cenários.
No entanto, Michael Gove, o ministro responsável pelos preparativos do chamado “no-deal”, rebateu essa interpretação, declarando que os documentos mostravam, sim, as piores consequências possíveis, e que o planejamento havia sido acelerado nas últimas três semanas. O Sunday Times disse que até 85% dos caminhões que usam o principal ponto de cruzamento do Canal da Mancha podem não estar preparados para os procedimentos alfandegários da França, o que pode significar que os problemas nos portos poderiam durar até três meses antes que o fluxo melhorasse.
“Organizado neste mês pelo governo sob o nome de Operação Yellowhammer, o documento oferece uma visão rara do planejamento confidencial sendo adotado pelo governo para evitar um colapso catastrófico da infraestrutura da nação”, afirmou o Times. O gabinete do primeiro-ministro Boris Johnson disse que não comentaria documentos vazados, mas Gove declarou que o documento era antigo e não refletia o preparo atual. “É o caso, como todos sabem, que se nós tivermos um Brexit sem acordo haverá inevitavelmente alguns problemas, alguns obstáculos no caminho. É por isso que queremos o acordo”, afirmou Gove à imprensa. “Mas também é o caso que o governo está bem mais preparado agora do que estava no passado, e é também importante as pessoas reconhecerem que o que está sendo descrito nesses documentos é enfaticamente a pior possibilidade de cenário”, acrescentou. Uma fonte do governo culpou um ex-ministro não identificado, que quer influenciar as negociações com a UE, pelo vazamento.
Bom, acredito que possa ser catastrófico um vazamento desses! Imagina a Grã-Bretanha, exemplo de pontualidade e correção, onde tudo parece funcionar estrategicamente nos mínimos detalhes. Uma nação acima dos problemas comuns dos demais países enfrentar filas, tumultos, protestos, falta de abastecimento e de suprimentos básicos? Enfim, só o tempo dirá qual o rumo que o Brexit poderá seguir e as suas consequências.
Partindo-se para a nossa Análise Gráfica, temos o par GBPUSD. Como era esperado, após a perda do suporte em 1.2415, os preços desceram bruscamente para testar as mínimas históricas em 1.1985. Região formada no período pós-referendo em 2016. Porém, será que o mercado encontrou seu fundo do poço ou ainda poderemos ter mais quedas?
Focando no período diário, tivemos 2 fortes candles de alta na região que podem evidenciar a entrada de compradores. Se caso for suficiente para conter o movimento de queda, poderemos ter subidas até os 1.2415 nos próximos dias e, se superado, visando o longo prazo, poderemos ter o teste da região de resistência em 1.3385 daqui algumas semanas, provavelmente.
Se caso a situação se agravar e apontar para uma saída sem acordo mesmo do Reino Unido da União Europeia, poderemos ter a perda dos 1.1985 e a formação de novas mínimas históricas, que certamente alardeariam os mercados. Vamos acompanhar com cautela o desenrolar dos próximos capítulos.
Lembrando ainda que nesta semana, na quarta, a primeira-ministra alemã Angela Merkel deve receber o primeiro-ministro britânico Boris Johnson para uma conversa. Ela se diz aberta a ouvi-lo e não medirá esforços na busca de um acordo para a saída. Quem sabe dá jeito?
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