Negociadores de menor escalão dos Estados Unidos e da China tiveram conversas “produtivas” em Washington na semana passada com o objetivo de melhorar seu relacionamento comercial, disse o escritório do Representante de Comércio dos EUA na sexta-feira, sem oferecer mais detalhes
“Essas discussões foram produtivas, e os Estados Unidos esperam receber uma delegação da China para reuniões de alto nível em outubro”, disse o gabinete em um breve comunicado.
Contudo, um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo parece ter ficado mais distante na sexta-feira, depois que autoridades chinesas cancelaram inesperadamente uma visita a fazendas de Montana e Nebraska em meio à conclusão dos dois dias de negociações em Washington.
Autoridades chinesas deveriam visitar agricultores norte-americanos como um gesto de boa vontade, mas cancelaram o compromisso para retornarem à China antes do que se esperava originalmente, disseram à Reuters organizações agrícolas de ambos os Estados.
O cancelamento ocorreu depois de os EUA terem retirado tarifas sobre mais de 400 produtos chineses em resposta a pedidos de empresas norte-americanas.
A Embaixada Chinesa e o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) não responderam a pedidos por comentários.
Especialistas em comércio, executivos e autoridades governamentais de ambos os países dizem que, mesmo que as negociações de setembro e outubro resultem em um acordo provisório, a guerra comercial EUA-China se tornou uma batalha política e ideológica que é muito mais profunda do que as tarifas e pode levar anos para ser resolvida.
A reunião de outubro incluirá os principais negociadores comerciais das duas potências: o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He; o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer; e o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin.
A expectativa se volta para se as duas maiores economias do mundo estão começando a traçar um caminho para a resolução de sua guerra comercial, que já dura 14 meses, ou se vão impor tarifas novas e mais altas sobre os produtos um do outro.
Por David Lawder e Karl Plume/ Reuters