O dólar caía ante o real nesta terça-feira, de olho no andamento da reforma da Previdência e monitorando o exterior, onde há maior apetite por risco após dados positivos dos Estados Unidos e temores reduzidos de desaceleração global
Às 10:04, o dólar recuava 0,51 por cento, a 3,8564 reais na venda. Na véspera, a moeda encerrou em queda de 1 por cento, a 3,8763 reais na venda.
O dólar futuro subia cerca de 0,1 por cento.
Segundo o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, apesar do viés positivo de notícias, neste pregão o dólar deve oscilar numa faixa estreita diante da ausência de grandes novidades que encorajem movimentos mais acentuados.
Nesta terça-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reúne com diversos grupos de parlamentares e deve tratar da Previdência, e na quarta-feira irá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para audiência, o que está no centro da atenção de agentes do mercado.
“A partir de quarta-feira vamos ter alguma coisa mais plausível para o dólar poder buscar um viés de baixa que estamos acreditando, por causa da visita do Guedes à CCJ,” avaliou Cavalcante.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro continua sua visita em Israel, embora tenha antecipado o retorno para o Brasil em cerca de duas horas na quarta-feira.
De acordo com o porta-voz da Presidência, na quinta-feira Bolsonaro se reúne com diversos parlamentares com o objetivo de acelerar a tramitação da Previdência.
Na noite de segunda-feira, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), disse que não cogita nenhuma mudança efetiva na PEC da Previdência na etapa em que ela tramita no colegiado.
O relator do texto na CCJ, o deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG) também avaliou que a matéria está madura para ser votada na comissão da forma que foi apresentada pelo governo. Segundo os dois deputados, o relatório deve ser apresentado no dia 9 de abril para que seja votado na CCJ no dia 17.
Do lado externo, dados dos EUA divulgados na segunda-feira mostraram melhora na atividade manufatureira no mês passado e nos gastos com construção em fevereiro.
Somados a dados chineses que apontaram que a indústria voltou a crescer em março pela primeira vez em quatro meses, os números endossam maior disposição ao risco e amenizam preocupações de desaceleração econômica global.
Agentes financeiros monitoram ainda a retomada das negociações comerciais entre Washington e Pequim.
“Esses dois pontos (dados da China e comércio) seguem embasando o bom humor recente, sentimento que ainda contempla a guinada dovish dos principais bancos centrais e permite os movimentos observados”, avaliou a corretora H.Commcor em nota.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,350 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de maio, no total de 4,843 bilhões de dólares.
Por Laís Martins/ Reuters