O dólar tinha leves variações ante o real nesta quinta-feira com investidores adotando proteção antes de feriado nacional, após o adiamento da votação da proposta de reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na véspera
Às 10:40, o dólar recuava 0,11 por cento, a 3,9300 reais na venda .
Na véspera, a divisa avançou 0,83 por cento, a 3,9343 reais, maior patamar de fechamento desde 27 de março.
O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,1 por cento.
A expectativa era de que a votação da admissibilidade da reforma da Previdência ocorresse na quarta-feira, mas deputados da oposição e até mesmo parlamentares próximos ao governo atuaram para impedir o voto, pressionando por mudanças em certos pontos.
Com isso, a CCJ deve votar a admissibilidade da proposta de reforma da Previdência apenas na próxima terça-feira, o que renovou preocupações de agentes financeiros sobre o ritmo da tramitação do texto.
“Estávamos numa outra expectativa, de repente aconteceu de empurrar para semana que vem, e a cada empurrada que você dá, maior a chance de sair menos do que se espera, em termos da economia”, disse o diretor de câmbio do Banco Paulista Tarcísio Rodrigues.
Na véspera, representantes do governo ouviram reivindicações de mudanças de pontos da reforma da Previdência para tentar garantir a aprovação do texto na reunião da CCJ da Câmara na próxima terça-feira, mas nenhum acordo foi fechado.
Segundo Rodrigues, o dólar não deve ver grandes oscilações neste pregão, em que se nota baixa liquidez, mas a tendência permanece sendo altista, sem fatores que encorajem a moeda a buscar patamar abaixo de 3,90 reais.
“Enquanto não tiver uma luz, enquanto não se souber o que vai acontecer, o que vai ser tirado, o mercado vai ficar protegido”, explicou, acrescentando que também é notável a aversão do fluxo externo, com investidores estrangeiros aguardando avanços mais concretos.
No exterior, o pregão é marcado por aversão ao risco, uma vez que dados fracos sobre a indústria na Europa alimentaram preocupações sobre uma economia que encontra dificuldades para ganhar tração.
O índice do dólar contra uma cesta de moedas avançava por volta de 0,4 por cento, após dados fortes sobre o varejo dos Estados Unidos e também refletindo a busca por segurança antes do feriado de Páscoa.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,350 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de maio, no total de 5,343 bilhões de dólares.
Por Lais Martins/ Reuters