Mas há produtos que têm registrado alta, em função do clima nos primeiros meses do ano, o que afeta as hortaliças, por exemplo. Frutas que acumulam 11,9% de alta no ano, tiveram queda de 0,97% no mês
Os preços de alimentos com importante peso no índice que reflete consumo das famílias tiveram desempenho favorável para a redução dos gastos no mês de maio, de acordo com o IPCA-15 – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (23) para maio. Neste mês, foi registrada variação do índice de 0,14%, a menor taxa para um mês de maio desde o ano 2000, quando ficou em 0,09%. O IPCA acumulado até maio ficou em 1,23%, menor nível para o período janeiro a maio desde a implantação do Plano Real.
Na variação do mês, enquanto cebola (35,68%), hortaliças (6,10%), feijão-carioca (3,75%) e leite longa vida (4,44%) apresentaram alta, itens importantes tiveram queda: açúcar cristal (-3,90%), pescados (-3,51%), frango inteiro (-1,60%), arroz (-1,35%) e frutas (-0,97%).
Tomando-se o aumento acumulado do IPCA-15 de janeiro a maio, os grupos de produtos que apresentaram crescimento dos preços acima da inflação foram tubérculos, raízes e legumes (27,3%); hortaliças e verduras (15,7%); frutas (11,9%) e leite e derivados (3,9%).
De acordo com o coordenador geral de Estudos e Análises do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, “vários fatores podem ter influenciado esse aumento dos preços, mas os mais prováveis são, o tempo, que nos primeiros meses do ano é chuvoso, e a variação relacionada à sazonalidade dos produtos, principalmente das hortaliças.
Por outro lado, observa Gasques, “os cereais (-6%), carnes (-1%), e aves e ovos (-4,4%) têm tido reduções de preços neste ano. Como esses produtos têm peso elevado nas gastos das famílias, a sua contribuição tem sido favorável aos resultados do índice de inflação.
Como a safra de grãos prevista para 2017/2018, de 232,6 milhões de toneladas, pode ser considerada elevada, “é de se esperar que seus resultados continuem mantendo baixo o crescimento dos preços aos consumidores de vários produtos que fazem parte do IPCA, avalia o coordenador do Mapa.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de abril a 15 de maio de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de março a 13 de abril de 2018. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.