Cautela: Aos poucos o mercado do boi já começa a precificar o aumento na oferta de bovinos e os reflexos sobre os preços são significativos.
Nesse sentido, de jan/16 a jan/17 os preços do bezerro de ano e do boi magro desvalorizaram 12,68% e 8,08%, respectivamente, ao passo que o preço da arroba do boi gordo obteve leve queda de 1,14%. Tais variações demonstram a pressão de baixa nos preços vivenciada por todos os sistemas de produção durante o ano, mas a engorda vinha sendo menos onerada. Porém, desde novembro/16 a arroba do boi gordo vem registrando desvalorizações consecutivas, atingindo no dia 26/01/2016 o menor valor desde set/15, reação gerada pela demanda reprimida.
Assim, ainda que o produtor nutra esperanças para os próximos meses, os fundamentos (maior descarte de fêmeas – fruto do fim da estação de monta – e demanda ainda fraca) não indicam uma possível melhora no preço.
* Pela segunda semana consecutiva, a arroba do boi gordo e da vaca gorda registrou desvalorização, ficando cotados a R$ 126,19 e R$ 121,83, respectivamente.
* O valor do bezerro de ano permaneceu estável no comparativo semanal, ficando cotado a R$ 1.117,24/cab.
* Nesta semana, o equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos (ECD) foi o único que registrou queda de 0,98%. Tal recuo se deve à desvalorização do preço das carnes desossadas no atacado e varejo.
* O diferencial de base SP-MT exibiu recuo de 0,66 p.p. na comparação semanal. Com o preço da arroba do boi gordo m SP diminuindo mais do que em MT, o indicador está agora em 16,06%.
POR QUE CRESCEU? Na semana passada, o boletim semanal do Imea trouxe os dados do rebanho mato-grossense, e, como já reiterado, o crescimento de 3,32% no rebanho ocorreu principalmente pelo aumento na quantidade de vacas. Este processo é denominado de retenção de fêmeas e aconteceu basicamente com as vacas com mais de 36 meses. Para se ter ideia, somente esta categoria aumentou sua quantidade em mais de 1,1 milhão desde 2013. Daí, a pergunta que se faz é: por que isso aconteceu? A resposta está no preço do produto que a vaca gera, o bezerro.
Após anos estagnada (fruto da oferta em excesso e da crise de 2008), a cotação do bezerro começou a avançar em 2012, em 2015 atingiu o maior valor real da série histórica, R$ 1.434,97/cabeça. No entanto, como se pode observar no gráfico ao lado, o preço do bezerro já começou a depreciar em 2016 e com mais fêmeas reproduzindo em 2017, o cenário de preços torna-se nebuloso.
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