Neste sábado (15.07) se comemora o dia do Pecuarista
Mesmo com a crise instalada no setor da pecuária, os produtores ainda comemoram o fato de produzirem proteína animal com qualidade. E apesar de todas as dificuldades ainda estão otimistas. “Nunca enfrentamos um momento de tanta dificuldade, mas eu acredito que vai passar mais rápido do que pensamos. Sou otimista”, enfatiza o presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Juína, José Lino Geraldo Martins, popularmente conhecido como Cabeção.
De acordo com o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que é parte do Sistema Famato/SENAR-MT, Daniel Latorraca, no primeiro semestre sempre há uma oferta grande de bois e, com isso, o preço da arroba cai um pouco. Porém, em 2017, outros fatores como a Operação Carne Fraca, o envolvimento dos empresários do Grupo JBS no escândalo político e o embargo dos Estados Unidos para a compra da carne brasileira transformaram a queda dos preços em uma crise para o setor.
O presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Jeremias Pereira acrescenta ainda outros pontos que estão prejudicando os pecuaristas. “Estamos livres da Febre Aftosa faz 20 anos e, mesmo assim, temos que continuar vacinando. É mais um gasto que temos. Os insumos para a pecuária estão cada vez mais caros e o preço da arroba do boi em queda. Apesar de tudo isso, não desistimos, continuamos investindo na qualidade e em vários outros setores da propriedade”.
O preço da arroba despencou de R$ 136,00, em janeiro, para R$ 117,00 registrado na primeira semana de julho. E de acordo com o superintendente do Imea não há expectativas de recuperação do preço a curto prazo. “A retomada deve acontecer a médio e a longo prazo, ou seja, dentro de três anos ou mais”.
Para o presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Cáceres, Jeremias Pereira o motivo da comemoração neste 15 de julho é a força e a resistência do pecuarista mato-grossense. “Temos uma concorrência forte de outros países, mas mesmo assim continuamos a produzir com qualidade”.
Latorraca concorda com Pereira e destaca que o setor é muito forte e, apesar das crises, vai continuar evoluindo. “Já vimos a pecuária sobreviver à dificuldades muito maiores como, por exemplo, a redução drástica das áreas de pastagens e várias outras que abalaram seriamente os pecuaristas. Apesar disto, a produtividade e produção sempre foram mantidas”.
Nos últimos anos, ao olhar para o setor se vê a conquista de muitos pontos positivos como o abate de animais mais jovens. “Isso é resultado de investimento em genética e novos sistemas de produção que são implantados, dentro das propriedades”, frisa.