“Estar presidente da Famato no ano em que se comemora 50 anos da Instituição é motivo de muito orgulho”, afirma o atual presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) Rui Carlos Ottoni Prado, cujo mandato começou em 2010 e vai até 2016. Nesta matéria, vamos conhecer mais sobre sua gestão até o momento e sua trajetória como líder sindical.
Rui Prado é natural de Campo Grande-MS, casado, pai de três filhos e avô de uma neta. Vindo de uma família com tradição na produção agropecuária, formou-se em 1985 em medicina veterinária pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Desde a faculdade já se destacava como presidente do Centro Acadêmico. Veio para Mato Grosso em 1986 com a família da esposa para fazer investimentos no setor agropecuário no município de Campo Novo dos Parecis.
Prado foi fundador e presidente do Sindicato Rural de Campo Novo dos Parecis durante dois mandatos. Atuou como presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e da Aprosoja Brasil. Compôs a diretoria da Famato como primeiro suplente de 2001 a 2004, eleito vice-presidente 2004 a 2007 e reeleito vice-presidente entre os anos de 2007 e 2010. Em 2011, assumiu a presidência do Sistema Famato e foi reeleito em 2013 para o mandato até 2016.
Enquanto presidente do Sindicato de Campo Novo do Parecis, promoveu a construção do Parque de Exposições do município e organizou feiras agropecuárias na cidade.
O presidente participou de importantes movimentos liderados pela Famato. Em 1999 junto com o ex-presidente Homero Pereira (in memoriam), Rui Prado fez parte do Caminhonaço 2; em 2005 participou do “Tratoraço”; em 2006 do Grito do Ipiranga, quando era presidente da Aprosoja, e em 2008 da Marcha a Brasnorte Acorda Brasil a Amazônia é Nossa. Foi atuante na Renegociação da Divida Rural em 2008 e esteve assiduamente envolvido nas discussões do Código Florestal.
A Famato foi representada pelo presidente em viagens internacionais como na Rússia, Índia, Estados Unidos, União Europeia, Argentina, China e Dinamarca (Cop 15).
Vale destacar também que na gestão de Prado foi criada a Câmara Setorial da Cadeia da Soja, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da qual ele assumiu como o primeiro presidente.
De suas ações enquanto presidente, Prado destaca com orgulho as conquistas e reestruturação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT). “Fizemos um trabalho que posso considerar a base de tudo. Ouvimos a sociedade civil organizada para saber exatamente onde o Senar poderia atuar com mais intensidade. Dai em diante definimos 12 cadeias produtivas, os cursos específicos de acordo com a necessidade da região, como também, detectamos onde estavam os gargalos, e saímos de 80 cursos aproximadamente para mais de 200. No Senar eram apenas três instrutores que operavam maquinas nos cursos de qualificação profissional rural e hoje são mais de 30”, descreveu.
Quando Prado assumiu a presidência, já existia o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), porém funcionava apenas com dois colaboradores. “Com o intuito de profissionalizar o Imea chamei todas as instituições mantenedoras, Aprosaja, Ampa e Acrimat para o desafio de aprimorar o instituto”.
Prado conta que no Imea existem os melhores e a maior quantidade de dados da agropecuária mato-grossense. “Uma coisa que tenho muito orgulho é o Imea, considero a menina dos olhos da minha gestão. Não existe no Brasil uma instituição estruturada com dados tão precisos sobre Mato Grosso. Somos pioneiros e servimos de exemplo para o país. Atualmente, o Instituto conta com cerca de 30 colaboradores que produzem estudos sobre as principais cadeias produtivas de Mato Grosso”, enalteceu.
Marcantes na gestão foram as discussões sobre o Código Florestal Brasileiro. Para Prado foi um momento único para o amadurecimento da Famato e dos produtores rurais que puderam entender a importância da preservação do meio ambiente. “A partir das discussões nós conseguimos assimilar e adotar o conceito de que é necessário preservar e que é possível ampliar a agricultura sem desmatar”, destacou.
Junto com o Código Florestal vieram os debates sobre o Zoneamento Socioeconômico Ecológico, em que a Famato participou ativamente em audiências públicas que resultaram na inteiração com o meio ambiente.
A Famato hoje é uma instituição que faz parte das decisões políticas do agronegócio mato-grossense e brasileiro. “Mato Grosso é hoje considerado protagonista na produção agropecuária do Brasil”, salientou Rui.
Para conquistar o respeito da classe política foi criado o Instituto Pensar Agro (IPA), que atualmente presta serviços de assessoria e consultoria à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) em Brasília que é composta por parlamentares. “Com a FPA ganhamos o respeito e passamos a ter representatividade no Congresso Nacional”, afirmou o presidente.
Em defesa dos produtores rurais, a Famato entrou na justiça contra a Monsanto para suspender as cobranças de royalties sobre soja transgênica no Brasil já que a multinacional estava com a patente vencida. “Mesmo não havendo um consenso entre todas as demais federações, com o tempo conseguimos provar que estávamos certos, tanto é que a Monsanto deixou de cobrar e ganhamos a ação. Fomos reconhecidos nacionalmente pela coragem de enfrentar a maior empresa de biotecnologia do mundo”, esclareceu.