O dólar operava em queda contra o real na primeira sessão de 2021, depois de fechar o ano anterior com forte ganho acumulado, acompanhando a euforia dos mercados internacionais nesta segunda-feira em meio a esperanças de que as vacinas contra a Covid-19 impulsionem uma recuperação econômica generalizada.
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As ações globais alcançaram máximas recordes e o índice do dólar contra uma cesta de moedas operava em queda nesta manhã, sinalizando demanda elevada por ativos arriscados à medida que vários países dão sequência a suas campanhas de vacinação.
“O apetite por risco é sustentado pelo avanço da vacinação em vários países, enquanto investidores monitoram o aumento do número de casos de Covid-19”, escreveram analistas do Bradesco.
Na semana passada, o Reino Unido tornou-se o primeiro país do mundo a aprovar a vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, o que, segundo nota de Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora, também “reforça a aceitação por risco pelos investidores”.
Ele também citou resultados fortes de pesquisas empresariais da zona do euro e da China como fatores de impulso para o sentimento dos operadores.
A atividade no setor industrial da China aumentou em dezembro, conforme a economia manteve sua recuperação para níveis pré-pandemia, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit.
Já na zona do euro, o PMI final do IHS Markit de dezembro sugeriu que a economia do bloco foi menos afetada pela pandemia do que mais cedo no ano.
Diante desse cenário, às 10h29 o dólar recuava 0,56%, a 5,1636 reais na venda, enquanto o contrato mais líquido de dólar futuro tinha queda de 0,61%, a 5,1655 reais.
Na última sessão de 2020 a moeda norte-americana à vista avançou 0,17%, a 5,1915 reais na venda.
Esse comportamento nesta sessão estava em linha com as perdas registradas pela moeda norte-americana contra peso mexicano, lira turca e rand sul-africano, pares emergentes do real.
Enquanto isso, no Brasil, os investidores entravam em 2021 ainda de olho na situação fiscal, depois que temores de que o governo pudesse furar seu teto de gastos para este ano ajudaram o dólar a disparar 29,37% no acumulado do ano passado.
Dentro dessa pauta, ficava no radar a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro sancionou na quinta-feira a Lei de Diretrizes Orçamentárias vetando, entre outros pontos, um dispositivo que impedia a limitação de gastos em ações vinculadas à produção e disponibilização de vacinas contra a Covid-19.
O diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, escreveu que a preocupação fiscal, assim como a demora para início da vacinação da população no Brasil, pode ser um fator de impulso para o dólar nesta semana, apesar do clima otimista no exterior.
O Banco Central anunciou que dará início a partir desta segunda-feira à rolagem de 236.430 contratos de swap cambial com vencimento em 1º de fevereiro de 2021, no montante de 11,8 bilhões de dólares. O BC ofertará 16 mil contratos para rolagem desse vencimento neste pregão.
Por Reuters
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