Menor quantidade de matéria-prima faz produção de etanol hidratado disparar. Também, nesta coluna, a alta esperada da taxa de juros, esta semana, poderia ser maior do que está sendo sinalizado
Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®
Nenhuma surpresa a alta em cadeia do etanol hidratado na semana que passou e, pelos dados disponíveis de oferta, o mesmo deverá se reproduzir daqui para frente.
Nas usinas, até sexta (22), a elevação foi de 3,51%, com o litro alcançando 3,5495; nas distribuidoras, a sequência diária de reajustes acumulou 9,75% de variação no mês; e nos postos, a bomba refletiu mais 1,1%, chegando a um valor médio, no Brasil, acima de R$ 4,80.
É constante esse ritmo em cada segmento do setor, ditado pela produção reduzida há meses. Ao entrar no mês de outubro, praticamente nos 30 dias finais de safra, os dados da Unica na segunda quinzena de setembro apontam oferta 18,29% menor de hidratado, fechando em 1,14 bilhão de litros.
Com a gasolina mais competitiva, a proporção de etanol anidro na produção é maior.
As indústrias priorizaram esse renovável que vai no blend com o derivado do petróleo enquanto ia se consolidando uma safra de cana em quebra acentuada – de 605 milhões na última para 520/530 -, e o fim das operações com 2 meses de antecedência.
A produção de açúcar também está mais sacrificada que as 32 milhões de toneladas do acumulado da temporada anterior, a 20/21, mas os preços alcançados nas exportações compensaram a menor entrega brasileira.
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Choque na taxa Selic para conter a inflação?
Esta semana tem nova reunião do Copom para decidir novo aumento da taxa Selic. É dado como certo aumento de 1 ponto percentual, mas as apostas agora falam em 1,25 a 15 pp.
Por quê?
A risco Brasil aumentou com a confirmação de que o governo vai furar o teto de gastos – isto é, vai gastar sem ter de onde tirar -, portanto o movimento de defesa na procura do dólar como reserva de valor não quebrará a inflação.
A taxa de juros, saindo de 6,25% para 7,25% ao ano é considerada uma elevação tímida para o momento da economia brasileira.
O Banco Central já aviou que 1 pp está na agenda, porém o mercado está querendo mais.
Um choque da Selic agora ajudaria a refrear a alta do dólar, por atrair mais divisas para o País.
Talvez as exportações de commodities, que se aproveitam do câmbio favorável, pudessem sofrer, no entanto, também, os preços internos caíram. Lembram de 2020, quando as exportações de soja deixaram o óleo mais caro?
E, sem dúvida, as importações ficariam mais baratas, com reflexos nos preços internos. Por exemplo, do petróleo-gasolina.
AGRONEWS® – Informação para quem produz