Após 2 séculos, bilhões de cigarras vão invadir o país americano nesse ano. Entenda os impactos para o ambiente e os alertas para as regiões que serão atingidas. Segundo estatísticas, ele só deve voltar a se repetir no ano de 2245
Um fenômeno raro está prestes a acontecer nos Estados Unidos, despertando a curiosidade e, em alguns casos, preocupação entre os residentes do Centro-Oeste e Sudeste do país. Trata-se do tão aguardado “apocalipse das cigarras”, um evento que ocorre a cada 221 anos e está previsto para maio deste ano, quando quatro espécies da ninhada XIX no sul e três espécies da ninhada XIII no norte emergirão simultaneamente.
O ciclo raro das cigarras
O fenômeno das cigarras periódicas é marcado por ciclos de vida extraordinariamente longos, muito diferentes de outras espécies não periódicas. Esses insetos passam a maior parte de suas vidas, entre 13 e 17 anos, como larvas sob a terra, alimentando-se da seiva das raízes das árvores. Após esse longo período de crescimento, emergem como adultos, trocam de pele e voam em busca de parceiros durante o período de reprodução, que ocorre na primavera do Hemisfério Norte.
A singularidade do evento iminente reside na emergência dupla das ninhadas XIX e XIII, algo que só ocorreu pela última vez em 1803. O professor, entomologista e especialista em cigarras da Mount St. Joseph University, Gene Kritsky, alertou que esse é um evento que acontece aproximadamente 12 vezes a cada 221 anos, sendo esta a primeira vez, desde 1803, que as duas ninhadas coincidirão.
Impactos no ambiente
A emergência dupla está programada para atingir 16 estados, causando danos significativos a centenas de árvores. A previsão é que, na última semana de abril, os estados do sul, como Tennessee, sejam os primeiros a testemunhar a chegada das cigarras. Em seguida, partes de Missouri, Kentucky, Carolina do Norte e Virgínia, em maio, começarão a experimentar o fenômeno. Na terceira semana de maio, os insetos começarão a aparecer em Illinois, Missouri, Wisconsin e Iowa.
O período reprodutivo das cigarras periódicas é breve, durando apenas algumas semanas. Durante esse tempo, elas se reproduzem antes de morrer, encerrando seu ciclo de vida peculiar. Este ano, o “apocalipse das cigarras” adiciona um toque especial, já que as duas grandes ninhadas, após ciclos de 13 e 17 anos, emergirão simultaneamente, algo considerado altamente incomum.
Expectativas para o “Apocalipse das Cigarras”
Nas redes sociais, o evento está sendo apelidado de “apocalipse das cigarras”, um termo que, embora dramático, reflete a magnitude e a raridade do acontecimento. À medida que o solo atinge 18°C a 20 centímetros de profundidade em maio, espera-se que os insetos abram caminho para a superfície, transformando o ambiente em um cenário único e, para muitos, inusitado.
Apesar da designação dramática, é importante destacar que as cigarras não representam uma ameaça direta às pessoas. Elas não mordem e, na verdade, podem servir como fonte de alimento para animais de estimação e humanos, desde que não haja alergia a frutos do mar. O período de presença das cigarras pode ser ruidoso e, para alguns, invasivo, mas faz parte de um ciclo natural que contribui para a diversidade e equilíbrio do ecossistema.
O “apocalipse das cigarras” representa mais do que um evento raro; é um espetáculo natural que oferece uma visão única do ciclo de vida desses insetos peculiares. Os residentes dos 16 estados afetados estão prestes a testemunhar um fenômeno que só ocorre a cada 221 anos, um lembrete da incrível complexidade e harmonia da natureza. À medida que as cigarras emergem em maio, a expectativa é que o “apocalipse” seja recebido com fascinação e respeito pela imprevisibilidade e beleza da vida selvagem.
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