Para poder pousar, avião é obrigado a esvaziar tanque jogando 20 toneladas de combustível fora, cavalo foi atendido e voo seguiu novamente
Cavalo tem crise em voo
Em um episódio digno de um roteiro de cinema, um avião cargueiro que partia de Nova York com destino a Liège, na última sexta-feira(10), na Bélgica, protagonizou uma situação verdadeiramente inusitada. Transportando dezenas de cavalos, a viagem que deveria transcorrer sem percalços se transformou em uma narrativa peculiar quando um dos equinos, desafiando as leis da gravidade, conseguiu escapar de sua baia e iniciar uma caminhada surpreendente pela cabine do avião.
A odisseia equina começou a cerca de uma hora de voo, quando os pilotos da Air Atlanta Icelandic perceberam que um dos cavalos estava solto e, mais importante, experimentando um nível significativo de estresse. A comunicação com a torre de controle nos Estados Unidos revelou a dimensão do problema: “Nós carregamos animais vivos neste voo, são cavalos a bordo do avião. E um animal conseguiu escapar. Nós não tivemos problemas para continuar a voar, mas precisamos retornar, voltar a Nova York. Nós não conseguiremos colocar o cavalo de volta à baia em segurança“, explicou o comandante.
Um movimento arriscado
A reviravolta no enredo veio quando os pilotos, após as devidas orientações da torre de controle, anunciaram a necessidade de queimar 20 toneladas de combustível para atingir o peso ideal de pouso. Uma cena digna de suspense que, para alívio geral, teve a aprovação da torre de controle, que consentiu na peculiar operação de queima de combustível para garantir um retorno seguro.
Ao retornar ao aeroporto JFK, os pilotos requisitaram a presença de um veterinário, pois o cavalo fugitivo enfrentava dificuldades não especificadas. Com a intervenção especializada, o equino foi devidamente amarrado à baia, e o avião, agora com sua carga equina devidamente segura, decolou novamente em direção a Liège, concluindo a saga aérea aproximadamente sete horas após o início do imprevisto.
Esse capítulo inusitado na história da aviação certamente entra para os anais das experiências peculiares nas alturas, demonstrando que, às vezes, até mesmo as viagens mais rotineiras podem se transformar em aventuras improváveis. Um exemplo de como a imprevisibilidade pode redefinir o curso de uma jornada, mesmo quando se trata de transportar, literalmente, um peso pesado como um cavalo a milhares de pés acima da terra firme.
Abaixo você confere alguns cuidados especiais para este tipo de transporte:
- Quarentena rigorosa: Antes e depois do voo, é necessária em média uma quarentena de 14 dias, mas a algumas empresas estendes para três semanas para a realização de testes. O nível de isolamento é extremamente detalhado, incluindo protocolos rigorosos, como banho e cuidados com os cascos.
- Divisões nas baias: As baias podem acomodar até três cavalos, e os custos para voar envolvem quarentena, taxas veterinárias e transferências. Há empresas que também oferecem opções de “classe executiva” (dois cavalos por baia) ou “primeira classe” (um cavalo, 70% mais caro), por exemplo, para garanhões ou cavalos de corrida.
- Alimentação especializada: Cada cavalo tem dois fardos de feno — de calibre pequeno para garantir que eles possam pastar durante todo o voo. Durante o voo, eles podem perder entre cinco e 15 kg, mas recuperam esse peso em cinco dias.
- Presença veterinária a bordo: Normalmente as cia aéreas subcontratam um veterinário para o voo, especialmente crucial para voos superiores a 12 horas, onde há risco de “febre de transporte”. Os veterinários estão lá para administrar fluidos caso os cavalos não bebam após oito horas.
- Procedimento de carregamento: Transferir os cavalos do caminhão para a baia é um procedimento eficiente. Existe um “plano de carga” indicando onde cada cavalo vai “sentar”. Os cavalos foram “associados” durante a quarentena, então estão acostumados aos seus colegas de voo.
- Equipamento de viagem: Durante o voo, os cavalos viajam sem coberturas, mas com as portas das baias fechadas, ficam aconchegantes e aquecidos. Em algumas regiões, eles são tosquiados para evitar problemas de superaquecimento em destinos mais quentes.
- Lida com problemas: Além do carregamento, a equipe monitora qualquer problema nas baias. Sedativos são usados com moderação para acalmar cavalos inquietos, mantendo o ambiente o mais tranquilo possível.
- Cuidados extremos com a saúde: Todos os procedimentos são feitos para minimizar os riscos no transporte. Os cavalos viajam sem ferraduras traseiras, a menos que tenham cascos frágeis. Incidentes como quedas ou reações violentas são raros, pois os cuidadores são experientes em acalmar os animais, garantindo um ambiente relaxado durante o voo.
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