Conheça as principais características de raças como Border Collie, Pastor Alemão, Malinois e Australian Cattle Dog e treinos para que se comportem
Falando sobre aspectos comportamentais e de treinamento e adaptação doméstica dos cães por grupo de afinidade genética, abordamos neste artigo os cães pastores. Entre eles, há diversos pastores bastante conhecidos no Brasil. O mais famoso é, sem dúvida, o Pastor Alemão, que nas cidades atua principalmente como cão de guarda e companhia.
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Conforme minhas observações em parques, praças, ruas e residência de clientes de São Paulo, há várias outros pastores com popularidade crescente. É o caso do Pastor Belga Malinois, do Pastor Branco Suíço e do Pastor Maremano Abruzês. São vistos também o Collie, o Kuvasz, o Old English Sheepdog e os Pastores Belgas Groenendael e Tervueren. Já o Border Collie, o Pastor de Shetland, o Australian Cattle Dog e o Pastor Australiano (Australian Shepherd) são presença garantida nas competições de agility, além de companheiros de pessoas bastante ativas.
Características gerais
Temperamento: Extremamente inteligentes, os pastores são atentos ao condutor, adoram cumprir ordens e realizar tarefas, atividades que aprendem rapidamente. Falta de obediência não é reclamação comum com relação aos cães pastores, exceto por parte de quem ainda é inexperiente na lida com eles. Confiantes e equilibrados, independentemente do tamanho, os pastores são extremamente carinhosos com os donos e mesmo com as crianças, desde que sejam respeitados. Mas, com estranhos, tornam-se agressivos sempre que julgam necessário e podem hostilizá-los com latidos, “beliscá-los” e até mordê-los.
Energia: Os pastores possuem alto nível de energia. Deixá-los sem acesso a áreas externas por longos períodos, portanto, não é boa ideia. Por um lado, cada vez mais os criadores de pastores não os indicam para quem vive em apartamentos, especialmente os de raças de médio e grande porte. Por outro lado, são crescentes os casos de Border Collies, Australian Cattle Dogs e Pastores de Shetland que vivem bem em apartamentos. Nesses casos, o segredo para o sucesso é a prática de atividades em conjunto com companhia e educação. Dois passeios diários é a recomendação mínima. Aos donos que não podem estar presentes, recomendo ocupar a cabeça e o corpo do pastor com a ajuda de profissionais como adestradores e passeadores e fazendo-o frequentar uma creche canina.
Rotina e acomodações: Por serem cães rústicos, é comum ver pastores deitados no chão mesmo tendo camas e sofás disponíveis. Suas pelagens volumosas pedem cuidados especiais quando faz calor, como a oferta de lugares frescos para se refrescarem. Já que pastores costumam guardar a casa dia e noite, é importante que a educação e o manejo estejam sempre em dia para não haver problemas com excesso de latidos.
Com base em minha experiência profissional, vou listar, por ordem de importância, as principais reclamações dos donos de pastores na cidade de São Paulo. Nem todos os comportamentos para os quais as pessoas buscam auxílio expressam exatamente as características descritas no padrão oficial. Mas é preciso considerar que parte dos cães não foi criada em canis dedicados a aprimorar e a preservar a tipicidade racial.
Agressividade com estranhos
Nos dias atuais, ainda é possível observar o instinto de proteção presente em todas as raças de pastores citadas neste artigo. Afinal, pastorear rebanhos não era a única função esperada para esses cães. Também tinham de proporcionar proteção dos intrusos, fossem eles animais ou pessoas. Por isso, os pastores tendem a ser reservados com animais e gente estranha. Inclusive em ambiente urbano, o normal é ladrarem e atacarem se o aviso que deram para manter distância da propriedade ou do condutor não for atendido.
Aprender a tolerar a proximidade dos estranhos é importante na vida em cidades. Para tanto, é preciso um bom investimento em obediência e socialização. Isso não significa que o cão precisa ser ensinado a gostar dos desconhecidos. Mas não deve sentir medo deles nem ser agressivo com eles em momentos impróprios, emitindo latidos excessivos ou fazendo perseguições equivocadas, como a skates e bicicletas.
Excesso de latidos
Cães pastores gostam de latir. Essa é a forma fácil e eficiente de se comunicarem, tanto na condução de reses quanto ao lhes proporcionar proteção. Por isso, a orientação é controlar os latidos e não eliminá-los. É uma boa iniciativa escolher momentos do dia nos quais o pastor possa “proteger a casa” e deixá-lo latir um pouco no portão ou na janela. Dessa maneira, ele extravasará a necessidade e perceberá que há regras sobre quando latir e quando não fazê-lo.
Roer móveis e objetos
Roer é quase sempre a escolha do cão ao sentir necessidade de extravasar a energia acumulada. Nesses momentos, se ele não possuir brinquedos para roer, os principais alvos passarão a ser batentes, portas, paredes e pés de móveis. Recomendo, portanto, que o cão tenha, no mínimo três, brinquedos diferentes para serem roídos. É essencial que esses brinquedos sejam seguros e resistentes, como os de nylon rígido, especialmente para os cães de porte médio e grande, que possuem mandíbulas poderosas.
Pular para pedir atenção
É quase impossível ignorar um cão pulando em cima de você, especialmente se ele tiver muita energia e se for de grande ou médio porte, como é o caso de muitos pastores. A educação e os exercícios para corrigir ou prevenir esse comportamento antes que se torne um problema devem começar cedo. Ensinar o cão a permanecer com as quatro patas no chão é o mais importante. Apenas dar broncas quando ele pula é uma providência inadequada, já que quando o cão consegue a atenção que queria tende a pular ainda mais.
Por André Barreto – Cães e Cia
AGRONEWS® – Informação para quem produz
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