Benefício deve injetar R$ 208 bilhões na economia brasileira, mas especialista em educação financeira do Sicoob alerta para cautela ao gastar os recursos
A partir desta semana, milhões de brasileiros vão começar a receber a segunda parcela do 13º salário, que tem como data-limite o dia 20 de dezembro: o benefício deve injetar R$ 208 bilhões na economia este ano. O valor extra que entra no orçamento é bastante comemorado pelos trabalhadores, já que oferece um alívio nas contas de fim de ano, como presentes e ceia de Natal, viagens e até compra de aparelhos, como celulares e televisores, que não estavam previstos.
Mas é preciso se organizar para não entrar em novas dívidas, alerta Amanda Holanda Santos da Cunha, especialista em Educação Financeira do Instituto Sicoob. “Não é porque esse valor a mais chegou que você deve sair gastando. O ideal é, primeiro, ter uma tabela, que pode ser feita tanto no computador quanto à mão, em que você coloca o que recebe e o que gasta”, afirma a especialista.
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Isso ajuda, segundo ela, a manter os pés no chão. “Muitas vezes, as pessoas acabam gastando toda a segunda parcela do décimo terceiro sem ter em mente que em janeiro surgem contas que já deveriam estar programadas no orçamento, como IPTU, IPVA e material escolar”, diz. Por esse motivo, ter uma tabelinha em mãos, lembrando o que você ainda vai gastar, é essencial para começar a colocar ordem na casa.
Para Amanda, o ano de 2020 mostrou a importância de ter a famosa “reserva financeira” para quitar gastos do dia a dia em emergências. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, até setembro, 13,5 milhões de brasileiros estavam desempregados: uma alta de 33,1% com relação a maio, quando as medidas de isolamento social se tornaram mais rígidas e a pandemia ficou mais forte no País.
“Foi um ano de muitas mudanças sociais, mas também financeiras na vida das pessoas. Afinal, muita gente perdeu o emprego, não conseguiu voltar ao mercado de trabalho e acabou aprendendo na dificuldade o quanto é importante ter o hábito de poupar”, analisa a especialista.
Especificamente para a segunda parcela do 13º salário, a indicação da educadora financeira é que os trabalhadores não se empolguem ao ver o dinheiro “a mais” na conta bancária. “É preciso lembrar, também, da amortização de dívidas. Muitas vezes, vale a pena negociar um pagamento à vista para encerrar os débitos com alguma instituição e começar 2021 de cara limpa”.
Investimentos e reserva de emergência
Segundo Amanda, a principal dica do ano é calcular a reserva de emergência. “A gente indica que esse fundo seja de três a 12 meses do seu gasto. E esse valor pode ser colocado em uma caderneta que possa ser resgatada imediatamente e que não ofereça tantos riscos quanto um investimento na Bolsa de Valores, por exemplo”. A partir desse acumulado, ela conta que é possível começar a diversificar a carteira de investimentos.
Para quem vai comprar presentes
Se mesmo assim você é fã de dar presentes no fim do ano, Amanda destaca que é preciso pesquisar muito bem para não cair em ciladas. “Eu sempre indico a busca por histórico de preços, que está disponível gratuitamente em vários sites. Nesse comparador, você consegue encontrar o quanto aquele produto estava custando há meses e ver o preço de hoje. É até importante fazer isso antes de ir a um shopping, por exemplo, porque aí você tem argumento para negociar o valor final”, comenta a especialista.
Para quem tem vergonha de pedir um desconto, aí vai uma dica valiosa: “A negociação faz parte do processo de venda. Diariamente, você está trocando seu tempo por dinheiro. Então não tem que se envergonhar, pois o montante que você tem em mãos é parte importante do seu dia a dia. É uma forma até de se valorizar”, finaliza.
Clínicas Financeiras Virtuais
A instituição mantém um programa on-line e gratuito, batizado de Clínicas Financeiras Virtuais, que auxilia pessoas dos quatro cantos do Brasil a ter organização no orçamento mensal. As dicas são oferecidas por orientadores financeiros, que dão consultorias individuais e totalmente na faixa. As consultas são agendadas pelo WhatsApp (61) 3217-7311 ou pelo e-mail [email protected]
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