O dólar operava em alta contra o real nesta quinta-feira, ampliando os fortes ganhos registrados na sessão anterior, com os investidores acompanhando dados sobre o mercado de trabalho doméstico, os desdobramentos políticos em Brasília e o avanço da Covid-19 no Brasil, em meio à piora no apetite por risco no exterior.
Às 10:03, o dólar avançava 0,75%, a 5,4439 reais na venda, ampliando sua alta após fechar a última sessão com salto de 1,50%, a 5,4032 reais na venda.
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Na B3, o contrato mais líquido de dólar futuro ganhava 0,35%, a 5,433 reais.
Em foco neste pregão ficavam dados sobre o mercado de trabalho brasileiro, com os investidores atentos a pistas sobre saúde da economia em meio à disseminação do coronavírus.
O Brasil tinha 14 milhões de desempregados no trimestre encerrado em novembro, segundo dados do IBGE, mas o mercado de trabalho continuou indicando alguma recuperação das vagas perdidas no início da pandemia com aumento na população ocupada.
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Às 10h30, o Ministério da Economia divulgará dados sobre vagas formais de trabalho em dezembro segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com projeção de fechamento de 115 mil postos.
Enquanto isso, a pauta fiscal continuava sob os holofotes, em meio a incertezas sobre o respeito ao teto de gastos por parte do governo diante das fortes despesas geradas pela pandemia.
“Neste momento o governo está pressionado pela corrente política que deseja a reedição dos programas assistenciais, para os quais não existem fontes de financiamentos, mas este estado de coisas exerce pressão psicológica sugerindo descumprimento do teto orçamentário, o que (…) é negado pelo governo e provoca enormes ruídos, afetando as perspectivas negativas”, explicou Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.
Isso ocorre num contexto de forte disseminação da Covid-19 em meio a novas variantes mais infecciosas da doença, apesar do início da vacinação da população no Brasil.
“Há absoluta falta de condições de agilização do processo de vacinação, como causa decorrente de inúmeros desencontros no trato do enfrentamento da pandemia e ações preventivas, e isto não atenua o risco de restrições cada vez mais amplas de inúmeros segmentos da atividade econômica”, alertou Nehme.
Na quarta-feira, partidos da oposição —PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL e Rede— protocolaram mais um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, denunciando-o por crime de responsabilidade na condução da saúde durante a pandemia de Covid-19.
A pressão sobre Bolsonaro acontece em meio à disputa pelas presidências da Câmara e do Senado em Brasília, cujo resultado pode ter impacto na capacidade do governo de avançar ou não com sua agenda de reformas estruturais, que são vistas por boa parte dos mercados como essenciais para aliviar as contas públicas brasileiras.
“Resta agora entender o compromisso do governo com as reformas, caso consiga uma onda favorável nas casas legislativas, pois a ‘desculpa’ da trava por presidentes da Câmara e do Senado se esvai, daí a responsabilidade do Executivo em alimentar o Congresso com as pautas reformistas daqui em diante”, escreveu Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
No exterior, o dia era marcado por aversão a risco após uma forte liquidação em Wall Street na véspera. [.NPT] O índice do dólar contra uma cesta de rivais operava em alta de 0,1%, enquanto peso mexicano e dólar australiano, divisas cujo movimento o real tende a acompanhar, operavam em queda contra a moeda norte-americana.
Neste pregão, o Banco Central fará leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em maio e setembro de 2021.
Fonte: Reuters
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