Uma empresa chilena está desenvolvendo um novo combustível sem petróleo feito a partir de água e ar. O eFuel, como é chamado, funciona como uma gasolina comum que não é derivada do petróleo, e grandes empresas, como a Porsche, já estão apostando na Startup. Confira!
O novo combustível é uma criação da Highly Innovative Fuels (HIF). Todo o processo de produção do eFuel é feito sem utilizar o petróleo, tendo como matéria-prima apenas a água e o ar. No início deste mês a empresa conquistou US$ 260 milhões em capital para desenvolver combustível limpo a partir de energia renovável, incluindo uma aliança com a montadora alemã Porsche AG.
Investimentos
“A Porsche está investindo em uma área de negócios atraente com sua participação na HIF Global LLC. Os combustíveis sintéticos oferecem perspectivas atraentes entre os setores de transporte, desde a indústria automotiva até os setores de aviação e transporte. Além disso, o e-metanol é uma matéria-prima importante para outras aplicações, como na indústria química, onde pode substituir matérias-primas de origem fóssil. O e-metanol é um produto intermediário que é produzido durante a geração de eFuel“, explica Michael Steiner, Membro do Conselho Executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Porsche AG.
A fabricante de carros esportivos planeja inicialmente usar o eFuel do Chile em projetos pioneiros do automobilismo. No futuro, também é esperado que eles sejam usados para abastecer os próprios veículos da empresa com motores a combustão durante o abastecimento inicial na fábrica, e no Porsche Experience Centers.
Além da Porsche, marcas como Volkswagen, Audi e Bosch também estão apostando no desenvolvimento de combustíveis sintéticos e de zero carbono. O que demonstra uma tendência mundial para mercado automobilístico.
Instalação inovadora para fabricação do EFuel
A instalação inédita para o desenvolvimento do eFuel está localizada em Punta Arenas, na região de Magallanes, no Chile, a startup Highly Innovative Fuels (HIF) espera ser um passo inicial no caminho para uma revolução energética. O projeto “Haru Oni” da HIF é um local de 3,7 hectares e 55 milhões de dólares destinado a demonstrar um processo comercial viável para transformar vento, água e ar em combustíveis sintéticos que podem ser usados para alimentar tudo, de carros a navios a aviões, ao mesmo tempo em que reduz as emissões de carbono.
Para isso, são utilizados eletrolisadores, responsáveis por dividir a água em oxigênio e hidrogênio, por meio do uso de energia eólica. A partir daí, o dióxido de carbono capturado da atmosfera é filtrado e combinado com o hidrogênio da água para produzir o metanol sintético, que é convertido no eFuel. O processo é explicado em detalhes no vídeo abaixo.
Composto por uma turbina eólica, sistema de captura de carbono e instalações que diz serem capazes de fabricar 130.000 litros de combustível por ano, o projeto ainda está em construção, mas está programado para entrar em operação ainda este ano e começar a produzir gasolina sintética.
O processo de fabricação da HIF usa eletricidade gerada pelo vento para separar água em hidrogênio e oxigênio através de um processo chamado eletrólise. Enquanto isso, o dióxido de carbono é capturado a partir do ar atmosférico e fontes industriais. O hidrogênio é combinado com o dióxido de carbono e sintetizado em eFuels.
Uma aposta para o futuro
Meg Gentle, diretora executiva da HIF USA, disse que o processo pode ser usado para criar todos os tipos de combustíveis cotidianos, incluindo metanol, propano, gasolina e combustível a jato, que podem ser usados por motores padrão sem modificações. “Basicamente, qualquer coisa que pudesse ser refinada a partir de petróleo bruto também poderia ser feita dessa maneira“, disse ela.
Segundo a startup, os postos de gasolina não precisariam ser alterados, pois, os consumidores poderiam simplesmente acessar as bombas existentes e encher seus tanques. Além disso, o eFuel poderia ser transportado pelo mundo da mesma forma que outros combustíveis convencionais de hoje em dia.
“[O eFuel] é a nossa resposta ao desafio global das mudanças climáticas e descarbonização, que exige uma solução global, tornando nossa expansão em mercados internacionais uma parte crucial da nossa estratégia”, afirmou César Norton, Presidente e CEO da HIF Global.
E você, o que achou desta inovação? Escreva nos comentários.
AGRONEWS® é informação para quem produz