A inadimplência no Brasil caiu a 4,2 por cento em agosto, menor patamar da série iniciada pelo Banco Central em março de 2011, refletindo a desalavancagem de empresas e famílias apesar de a economia não estar avançando em 2018 com o fôlego inicialmente esperado pelo governo
Divulgado pelo BC nesta quarta-feira, o dado é referente ao segmento de recursos livres, em que as taxas de juros são livremente definidas pelos bancos. Em julho, o percentual de não pagamento havia sido de 4,3 por cento e, em agosto do ano passado, de 5,6 por cento.
O movimento se deu em meio ao leve barateamento das condições de crédito. Em agosto, os juros médios foram a 38,0 por cento ao ano no mesmo segmento, sobre 38,1 por cento em julho.
Mesmo assim, o custo médio dos financiamentos continua bastante distante da Selic, que segue em seu menor nível histórico, de 6,5 por cento ao ano, nível que foi mantido pelo Banco Central em sua última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada.
Na mesma base de comparação, o spread bancário no segmento de recursos livres caiu a 28,9 pontos percentuais em agosto, recuo de 0,5 ponto sobre o mês anterior.
ESTOQUE
O estoque geral de crédito no país, que também inclui os recursos direcionados, teve alta de 1,0 por cento em agosto sobre julho, a 3,155 trilhões de reais, alcançando 46,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a expansão do estoque foi de 2,1 por cento, alcançando 3,4 por cento em 12 meses.
No fim de junho, o BC piorou sua estimativa para o mercado de crédito no país a um crescimento de 3 por cento em 2018, ante expectativa anterior de 3,5 por cento. A próxima projeção da autoridade monetária sobre o tema sairá no Relatório Trimestral de Inflação, que será publicado nesta quinta-feira.
Por Marcela Ayres
Fonte: Reuters