O Brasil parou, e agora em qual lado devemos ficar?

Bem, resolvi escrever este post para tentar expressar nosso sentimento a respeito dos últimos acontecimentos que estamos enfrentando, desde a decisão tomada pela classe dos caminhoneiros de paralisar as atividades na última segunda-feira(21).

Aqui vou procurar ser o mais imparcial possível, já que não temos o interesse de tendenciar este artigo a nenhum dos lados que iremos citar a partir de agora, peço que acompanhe o raciocínio até o final e nos ajude a entender toda esta situação. Então vamos aos fatos:

OS CAMINHONEIROS

“O grande problema que o país está atravessando, não só com o caminhoneiro, é o problema do combustível. Tá muito caro, aumenta a cada dia. No caso do transportador autônomo, tem que tirar os penduricalhos, que são o PIS/Cofins e a Cide [impostos]”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCam), José da Fonseca Lopes em coletiva de imprensa após a reunião com o governo. O governo chegou a pedir uma trégua de três dias aos caminhoneiros, mas o prazo acordado foi até a última sexta-feira (25), sem interrupção do movimento.

Segundo a associação de caminhoneiros, só será permitido o transporte de produtos perecíveis, carga viva, medicamentos e oxigênio hospitalar. “Se até sexta-feira não acontecer nada, aí lamentavelmente vai parar tudo. Não vai funcionar mais nada”, assegurou Fonseca Lopes, presidente da ABCam, entidade que, segundo ele, representa cerca de 700 mil caminhoneiros, 60 sindicatos e 7 federações.

Além da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que o governo já se comprometeu a eliminar sobre o preço do diesel, incidem ainda os tributos federais PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). No caso da gasolina, esses tributos somados correspondem a 16% do preço final do produto. Para o diesel, os impostos federais representam 13% do valor final que é vendido nos postos. A expectativa dos caminhoneiros é que a eliminação dos tributos gere uma redução média de R$ 0,60 por litro de combustível.

Os caminhoneiros também reinvidicam que a política de preços dos combustíveis no país não oscile da forma como acontece atualmente. Desde que a Petrobras mudou os critérios de venda de combustíveis em julho do ano passado, os preços são reajustados quase que diariamente pela estatal, acompanhando a flutuação do câmbio e do preço do petróleo no mercado internacional, e sem qualquer interferência direta do governo federal. Por causa disso, em 10 meses, o preço do óleo diesel subiu mais de 56% na refinaria, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Para o presidente da ABCam, isso está inviabilizando a atividade da categoria. “O caminhoneiro está vendendo o almoço para comprar a janta. Ele pega um frete de R$ 1 mil, só de óleo diesel já vai R$ 420, mais o pedágio. Sabe quanto sobra? Só R$ 200. Trabalhar para ganhar R$ 200 com família [para sustentar] não dá”, afirmou José da Fonseca Lopes. Segundo o representante dos caminhoneiros, o governo concorcou com a ideia de que os reajustes nos preços do combustível devem ocorrer em intervalos de 60 a 90 dias. A decisão, no entanto, depende da diretoria da Petrobras, que já sinalizou que não pretende mudar a atual política de preços da companhia.

O GOVERNO FEDERAL

Governo apela a caminhoneiros por fim de greve. Em meio a paralisação que já dura dias, ministro afirma que transportadoras serão multadas em R$ 100 mil por hora parada.

No sexto dia da greve dos caminhoneiros que parou o Brasil, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, apelou neste sábado (26/05), após reunião com o presidente Michel Temer, para que os manifestantes encerrem a paralisação em nome da população.

Temer e ministros do gabinete de crise criado para monitorar a paralisação se reuniram para avaliar a efetividade das medidas adotadas para liberar as rodovias e reabastecer o país com os produtos retidos nos caminhões. Entre as medidas está o decreto assinado por Temer nesta sexta-feira que permite o uso de forças federais para liberar estradas.

Marun afirmou que o governo começará a aplicar multas de 100 mil reais por hora às entidades que mantiverem o bloqueio das vias públicas. A medida foi autorizada, a pedido do governo, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também aprovou multas de 10 mil reais por dia aos motoristas que se recusarem a mover seus caminhões.

Marun afirmou também que a Polícia Federal está investigando e já emitiu pedidos de prisão para patrões que estariam por trás da paralisação de caminhoneiros, impedindo os motoristas de trabalhar. A lei proíbe prática, conhecida como locaute.

Na quinta-feira, o governo federal anunciou um acordo com lideranças de algumas associações da categoria, mas várias estradas continuaram obstruídas, ainda que parcialmente.

Em pronunciamento nesta sexta-feira, Temer afirmou que uma “minoria radical” está impedindo que muitos grevistas cumpram o acordo e voltem a transportar mercadorias.

Ao ser questionado sobre a existência de tal minoria radical, Marun disse que vários trabalhadores foram constrangidos para que não retornassem ao trabalho. O ministro não forneceu novos números sobre a paralisação.

Segundo Marun, Temer está particularmente preocupado com a situação da saúde. O presidente já havia declarado no dia anterior que o governo não permitira que “os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas”.

“Não obstante nós tenhamos os principais hospitais do país em funcionamento, abastecidos, os seus estoques são de minutos, e nesse momento há uma grande preocupação”, afirmou Marun. O ministro disse que caminhões de transporte de insumos de saúde que estiverem parados serão multados.

Marun sinalizou que o governo federal trabalha com a hipótese de contratar temporários para manter a produção nacional. Acrescentou, porém, que o objetivo é que todos retornem ao trabalho. Segundo ele, o diálogo com os caminhoneiros “não está interrompido”.

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou uma nota para pedir que os caminhoneiros retirem as interdições nas rodovias, mas bloqueios foram mantidos.

O SETOR DE AGRONEGÓCIOS

Em comunicado conjunto, enviado à imprensa nessa quarta-feira, Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), e Ricardo Santin, diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), afirmaram que a greve dos caminhoneiros está impactando diretamente o setor produtivo de carnes em todo o País. “Ao todo, 129 unidades produtivas das empresas associadas de carnes bovina, suína e de aves paralisaram suas atividades hoje (23/5), com previsão de que, até a sexta-feira (25), mais de 90% da produção de proteína animal seja interrompida caso a situação não se normalize, somando mais de 208 fábricas paradas no Brasil.”

De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e o Sindicarne-PR, a paralisação está prejudicando o abastecimento da população. “Recebemos queixas de caminhões transportando produtos perecíveis que estão parados em várias regiões do País”, afirma Péricles Salazar, presidente executivo dessas duas entidades. “São centenas de caminhões parados nas estradas com animais vivos, leite e produtos resfriados.” De acordo com o executivo, embora as duas entidades consideram (considerem) o protesto justo, a economia não pode parar por causa disso.

Segundo a Abiec e a APBA, em decorrência dos bloqueios nas rodovias, 25 mil toneladas de carne de frango e suínos deixaram de ser exportadas. Esse volume equivale a uma receita de US$ 60 milhões. No caso da carne bovina, cerca de 1200 containers deixam de ser embarcados por dia.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) informa que as suas associadas paralisaram diversas unidades industriais de processamento de soja, produção de farelo de soja, de óleo vegetal e de biodiesel em razão da impossibilidade do recebimento de matérias primas e do escoamento de produtos.

Em nota à imprensa, enviada também nesta quarta, a Abiove manifestou a preocupação de que a continuidade da greve prejudique ainda mais o abastecimento doméstico e as exportações e solicitou que as autoridades ofereçam soluções para resolver o problema, sob pena de prejudicar severamente as exportações agroindustriais brasileiras.

“O Brasil está perdendo espaço no mercado externo por problemas internos, estamos matando a galinha dos ovos de ouro, que gera mais de 4 mil empregos nas indústrias e no campo’, afirma Cláudio Faria, conselheiro da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig).

Em São Paulo, a distribuição de hortifrútis começa a ser afetada. De acordo com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), produtos como mamão, melão, batata, manga e melancia já estão chegando em menor quantidade porque os caminhões estão parados nas estradas.

Os supermercados também enfrentam problemas. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), já estão faltando frutas, legumes e verduras, produtos de reposição diária. As entregas de carnes e embutidos também estão atrasadas.

Entre os produtos agrícolas mais afetados pela greve estão a soja e a cana-de-açúcar. De acordo com Antônio Galvan, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT ), o comércio da oleaginosa está quase parado no Estado, por causa da dificuldade para transportar o grão. “Cerca de oito milhões de toneladas de soja estão retidas nos armazéns dos produtores rurais que não conseguem guardar o milho que começou a ser colhido”, afirma.

O setor sucroalcooleiro também está sentindo os efeitos da greve. Em comunicado, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) afirmou que algumas usinas do Centro-Sul reduziram a moagem. “Na quarta-feira, algumas unidades estavam paradas por falta de diesel e de peças, e outras começaram a reduzir o ritmo de moagem”, informou a entidade, em nota.

A POPULAÇÃO

A paralisação nas estradas faz com que as mercadorias que deveriam ser entregues, não cheguem ao seu destino. Além disso, a interdição parcial das rodovias provoca o atraso na chegada de produtos que vêm por outros veículos.

A falta dos produtos em seus postos de destino cria o efeito já percebido pela população. Buscando amenizar o prejuízo causado pela escassez, os comércios sobem os preços dos produtos disponíveis e isso causa grande preocupação entre a população, que permanece desorientada e apreensiva com a situação.

Postos de gasolina com preços exorbitantes, filas imensas de carro para abastecer é o cenário atual em todo o Brasil, as pessoas estão com medo de ficar sem gasolina nos postos, até porque há bloqueios nas portas de algumas refinarias.

Outros setores também estão sendo afetados

Os correios suspenderam entregas como sedex com data e horário agendados. em alguns estados, as viaturas reduziram o deslocamento e mantem o policiamento apenas em pontos base. Comércios sofrem desabastecimento de alimentos, no Rio de Janeiro por exemplo, 95% de legumes em falta no Ceasa. O preço da batata e tomate aumentou em diversos lugares, em pernambuco chegou a passar de dois reais o quilo para oito reais. 30 mil litros de leite estão sendo descartados por dia em Barra Mansa no Rio de Janeiro, enquanto o Ceasa de campinas já soma 25 milhões em prejuízo e o Ceasa de Minas Gerais está completamente sem ovos.

Além disso, em algumas cidades do país, os aeroportos podem suspender as decolagens por falta de combustível.

A IMPRENSA

Em diversos veículos, como é o nosso caso, são noticiados fatos desagradáveis, mas que infelizmente aconteceram e que continuam a acontecer Brasil a fora, consequência deste momento caótico que estamos presenciando. Por ética e respeito a profissão, procuramos manter a imparcialidade e narrar apenas os fatos, mesmo que estes causem desconforto ou indignação à alguns, são atribuições da nossa missão de informar.

Neste caso, encontramos as mais diversas situações, eventos e atitudes que acabam por potencializar este momento delicado, mas isso são efeitos causados pela interpretação de quem recebe a informação, faz parte da notícia.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Como você já deve ter percebido, tudo isso que esta acontecendo com nosso país causa uma sensação de caos, de alienação. Não conseguimos mensurar exatamente os reflexos deste momento crítico que estamos atravessando. Com isso, notamos que a população, em geral, não consegue definir claramente um posicionamento, alguns clamam por intervenção militar, outros justificam suas atitudes truculentas em nome de um bem comum, produtos e alimentos são descartados intencionalmente, preços são reajustados sem controle, em alguns casos mais radicais, atacam bens, propriedades e até mesmo outras pessoas, não há um consenso.

Diante dos fatos e após tudo isso que foi narrado aqui, todos nós sabemos que o Brasil parou, e agora em qual lado devemos ficar?

Por Vicente Delgado – Jornalista AGRONEWS

Fontes: Terra, G1, SNA, Agência Brasil, Mix Notícias.

Bem, resolvi escrever este post para tentar expressar nosso sentimento a respeito dos últimos acontecimentos que estamos enfrentando, desde a decisão tomada pela classe dos caminhoneiros de paralisar as atividades na última segunda-feira(21).

Aqui vou procurar ser o mais imparcial possível, já que não temos o interesse de tendenciar este artigo a nenhum dos lados que iremos citar a partir de agora, peço que acompanhe o raciocínio até o final e nos ajude a entender toda esta situação. Então vamos aos fatos:

OS CAMINHONEIROS

“O grande problema que o país está atravessando, não só com o caminhoneiro, é o problema do combustível. Tá muito caro, aumenta a cada dia. No caso do transportador autônomo, tem que tirar os penduricalhos, que são o PIS/Cofins e a Cide [impostos]”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCam), José da Fonseca Lopes em coletiva de imprensa após a reunião com o governo. O governo chegou a pedir uma trégua de três dias aos caminhoneiros, mas o prazo acordado foi até a última sexta-feira (25), sem interrupção do movimento.

Segundo a associação de caminhoneiros, só será permitido o transporte de produtos perecíveis, carga viva, medicamentos e oxigênio hospitalar. “Se até sexta-feira não acontecer nada, aí lamentavelmente vai parar tudo. Não vai funcionar mais nada”, assegurou Fonseca Lopes, presidente da ABCam, entidade que, segundo ele, representa cerca de 700 mil caminhoneiros, 60 sindicatos e 7 federações.

Além da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que o governo já se comprometeu a eliminar sobre o preço do diesel, incidem ainda os tributos federais PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). No caso da gasolina, esses tributos somados correspondem a 16% do preço final do produto. Para o diesel, os impostos federais representam 13% do valor final que é vendido nos postos. A expectativa dos caminhoneiros é que a eliminação dos tributos gere uma redução média de R$ 0,60 por litro de combustível.

Os caminhoneiros também reinvidicam que a política de preços dos combustíveis no país não oscile da forma como acontece atualmente. Desde que a Petrobras mudou os critérios de venda de combustíveis em julho do ano passado, os preços são reajustados quase que diariamente pela estatal, acompanhando a flutuação do câmbio e do preço do petróleo no mercado internacional, e sem qualquer interferência direta do governo federal. Por causa disso, em 10 meses, o preço do óleo diesel subiu mais de 56% na refinaria, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Para o presidente da ABCam, isso está inviabilizando a atividade da categoria. “O caminhoneiro está vendendo o almoço para comprar a janta. Ele pega um frete de R$ 1 mil, só de óleo diesel já vai R$ 420, mais o pedágio. Sabe quanto sobra? Só R$ 200. Trabalhar para ganhar R$ 200 com família [para sustentar] não dá”, afirmou José da Fonseca Lopes. Segundo o representante dos caminhoneiros, o governo concorcou com a ideia de que os reajustes nos preços do combustível devem ocorrer em intervalos de 60 a 90 dias. A decisão, no entanto, depende da diretoria da Petrobras, que já sinalizou que não pretende mudar a atual política de preços da companhia.

O GOVERNO FEDERAL

Governo apela a caminhoneiros por fim de greve. Em meio a paralisação que já dura dias, ministro afirma que transportadoras serão multadas em R$ 100 mil por hora parada.

No sexto dia da greve dos caminhoneiros que parou o Brasil, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, apelou neste sábado (26/05), após reunião com o presidente Michel Temer, para que os manifestantes encerrem a paralisação em nome da população.

Temer e ministros do gabinete de crise criado para monitorar a paralisação se reuniram para avaliar a efetividade das medidas adotadas para liberar as rodovias e reabastecer o país com os produtos retidos nos caminhões. Entre as medidas está o decreto assinado por Temer nesta sexta-feira que permite o uso de forças federais para liberar estradas.

Marun afirmou que o governo começará a aplicar multas de 100 mil reais por hora às entidades que mantiverem o bloqueio das vias públicas. A medida foi autorizada, a pedido do governo, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também aprovou multas de 10 mil reais por dia aos motoristas que se recusarem a mover seus caminhões.

Marun afirmou também que a Polícia Federal está investigando e já emitiu pedidos de prisão para patrões que estariam por trás da paralisação de caminhoneiros, impedindo os motoristas de trabalhar. A lei proíbe prática, conhecida como locaute.

Na quinta-feira, o governo federal anunciou um acordo com lideranças de algumas associações da categoria, mas várias estradas continuaram obstruídas, ainda que parcialmente.

Em pronunciamento nesta sexta-feira, Temer afirmou que uma “minoria radical” está impedindo que muitos grevistas cumpram o acordo e voltem a transportar mercadorias.

Ao ser questionado sobre a existência de tal minoria radical, Marun disse que vários trabalhadores foram constrangidos para que não retornassem ao trabalho. O ministro não forneceu novos números sobre a paralisação.

Segundo Marun, Temer está particularmente preocupado com a situação da saúde. O presidente já havia declarado no dia anterior que o governo não permitira que “os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas”.

“Não obstante nós tenhamos os principais hospitais do país em funcionamento, abastecidos, os seus estoques são de minutos, e nesse momento há uma grande preocupação”, afirmou Marun. O ministro disse que caminhões de transporte de insumos de saúde que estiverem parados serão multados.

Marun sinalizou que o governo federal trabalha com a hipótese de contratar temporários para manter a produção nacional. Acrescentou, porém, que o objetivo é que todos retornem ao trabalho. Segundo ele, o diálogo com os caminhoneiros “não está interrompido”.

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou uma nota para pedir que os caminhoneiros retirem as interdições nas rodovias, mas bloqueios foram mantidos.

O SETOR DE AGRONEGÓCIOS

Em comunicado conjunto, enviado à imprensa nessa quarta-feira, Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), e Ricardo Santin, diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), afirmaram que a greve dos caminhoneiros está impactando diretamente o setor produtivo de carnes em todo o País. “Ao todo, 129 unidades produtivas das empresas associadas de carnes bovina, suína e de aves paralisaram suas atividades hoje (23/5), com previsão de que, até a sexta-feira (25), mais de 90% da produção de proteína animal seja interrompida caso a situação não se normalize, somando mais de 208 fábricas paradas no Brasil.”

De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e o Sindicarne-PR, a paralisação está prejudicando o abastecimento da população. “Recebemos queixas de caminhões transportando produtos perecíveis que estão parados em várias regiões do País”, afirma Péricles Salazar, presidente executivo dessas duas entidades. “São centenas de caminhões parados nas estradas com animais vivos, leite e produtos resfriados.” De acordo com o executivo, embora as duas entidades consideram (considerem) o protesto justo, a economia não pode parar por causa disso.

Segundo a Abiec e a APBA, em decorrência dos bloqueios nas rodovias, 25 mil toneladas de carne de frango e suínos deixaram de ser exportadas. Esse volume equivale a uma receita de US$ 60 milhões. No caso da carne bovina, cerca de 1200 containers deixam de ser embarcados por dia.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) informa que as suas associadas paralisaram diversas unidades industriais de processamento de soja, produção de farelo de soja, de óleo vegetal e de biodiesel em razão da impossibilidade do recebimento de matérias primas e do escoamento de produtos.

Em nota à imprensa, enviada também nesta quarta, a Abiove manifestou a preocupação de que a continuidade da greve prejudique ainda mais o abastecimento doméstico e as exportações e solicitou que as autoridades ofereçam soluções para resolver o problema, sob pena de prejudicar severamente as exportações agroindustriais brasileiras.

“O Brasil está perdendo espaço no mercado externo por problemas internos, estamos matando a galinha dos ovos de ouro, que gera mais de 4 mil empregos nas indústrias e no campo’, afirma Cláudio Faria, conselheiro da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig).

Em São Paulo, a distribuição de hortifrútis começa a ser afetada. De acordo com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), produtos como mamão, melão, batata, manga e melancia já estão chegando em menor quantidade porque os caminhões estão parados nas estradas.

Os supermercados também enfrentam problemas. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), já estão faltando frutas, legumes e verduras, produtos de reposição diária. As entregas de carnes e embutidos também estão atrasadas.

Entre os produtos agrícolas mais afetados pela greve estão a soja e a cana-de-açúcar. De acordo com Antônio Galvan, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT ), o comércio da oleaginosa está quase parado no Estado, por causa da dificuldade para transportar o grão. “Cerca de oito milhões de toneladas de soja estão retidas nos armazéns dos produtores rurais que não conseguem guardar o milho que começou a ser colhido”, afirma.

O setor sucroalcooleiro também está sentindo os efeitos da greve. Em comunicado, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) afirmou que algumas usinas do Centro-Sul reduziram a moagem. “Na quarta-feira, algumas unidades estavam paradas por falta de diesel e de peças, e outras começaram a reduzir o ritmo de moagem”, informou a entidade, em nota.

A POPULAÇÃO

A paralisação nas estradas faz com que as mercadorias que deveriam ser entregues, não cheguem ao seu destino. Além disso, a interdição parcial das rodovias provoca o atraso na chegada de produtos que vêm por outros veículos.

A falta dos produtos em seus postos de destino cria o efeito já percebido pela população. Buscando amenizar o prejuízo causado pela escassez, os comércios sobem os preços dos produtos disponíveis e isso causa grande preocupação entre a população, que permanece desorientada e apreensiva com a situação.

Postos de gasolina com preços exorbitantes, filas imensas de carro para abastecer é o cenário atual em todo o Brasil, as pessoas estão com medo de ficar sem gasolina nos postos, até porque há bloqueios nas portas de algumas refinarias.

Outros setores também estão sendo afetados

Os correios suspenderam entregas como sedex com data e horário agendados. em alguns estados, as viaturas reduziram o deslocamento e mantem o policiamento apenas em pontos base. Comércios sofrem desabastecimento de alimentos, no Rio de Janeiro por exemplo, 95% de legumes em falta no Ceasa. O preço da batata e tomate aumentou em diversos lugares, em pernambuco chegou a passar de dois reais o quilo para oito reais. 30 mil litros de leite estão sendo descartados por dia em Barra Mansa no Rio de Janeiro, enquanto o Ceasa de campinas já soma 25 milhões em prejuízo e o Ceasa de Minas Gerais está completamente sem ovos.

Além disso, em algumas cidades do país, os aeroportos podem suspender as decolagens por falta de combustível.

A IMPRENSA

Em diversos veículos, como é o nosso caso, são noticiados fatos desagradáveis, mas que infelizmente aconteceram e que continuam a acontecer Brasil a fora, consequência deste momento caótico que estamos presenciando. Por ética e respeito a profissão, procuramos manter a imparcialidade e narrar apenas os fatos, mesmo que estes causem desconforto ou indignação à alguns, são atribuições da nossa missão de informar.

Neste caso, encontramos as mais diversas situações, eventos e atitudes que acabam por potencializar este momento delicado, mas isso são efeitos causados pela interpretação de quem recebe a informação, faz parte da notícia.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Como você já deve ter percebido, tudo isso que esta acontecendo com nosso país causa uma sensação de caos, de alienação. Não conseguimos mensurar exatamente os reflexos deste momento crítico que estamos atravessando. Com isso, notamos que a população, em geral, não consegue definir claramente um posicionamento, alguns clamam por intervenção militar, outros justificam suas atitudes truculentas em nome de um bem comum, produtos e alimentos são descartados intencionalmente, preços são reajustados sem controle, em alguns casos mais radicais, atacam bens, propriedades e até mesmo outras pessoas, não há um consenso.

Diante dos fatos e após tudo isso que foi narrado aqui, todos nós sabemos que o Brasil parou, e agora em qual lado devemos ficar?

Por Vicente Delgado – Jornalista AGRONEWS

Fontes: Terra, G1, SNA, Agência Brasil, Mix Notícias.

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