Mesmo com o período de seca, é possível planejar o melhor momento para abater e iniciar a criação no pasto; veja dicas
O pecuarista pagou mais caro pela alimentação do gado neste ano em Minas Gerais. Com o início da estação chuvosa, porém, o produtor pode conseguir até R$ 10 a mais por animal se o uso da pastagem for bem planejado, mesmo com o aumento de 80% no custo com a alimentação registrado no Triângulo Mineiro no período da seca.
Leila Borges Araújo é criadora de reprodutores de corte. Entre matrizes, novilhas e touros, são mais de 600 animais e, neste final de ano, os custos fixos aumentam e acabam provocando impacto sobre a venda. “Temos a despesa fixa nesse fim de ano com a questão de 13º salário, o que impacta nos custos do fazendeiro. Além disso, se não chove, a venda fica atrasada porque o comprador não tem pasto disponível. Sem falar no momento político, que acaba influenciando na arroba do boi”, lamentou a produtora.
Apesar de todos esses fatores, no entanto, o zootecnista e consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Alexandre Bizonotto, quem se programa pode conseguir bons resultados.
“Quem trabalha com confinamento depende, por exemplo, do período total dele. Ou seja, quem faz confinamento só na entressafra, um período de seca, tem trabalho com volumosos para chegar até 100, 120 dias de alimentação. Se nós olharmos os preços que aconteceram no final da safra do confinamento e agora, no início da estação chuvosa, poderíamos considerar R$ 10 a mais na margem de lucro para animais que são criados a pasto e que foram abatidos em sistema de pastejo. Grosso modo, continua sendo um sistema mais barato e que normalmente acontece é mais propício para o final do ano”, disse.
Mas, além dos fatores técnicos, também há os influenciadores políticos e a crise econômica. Mesmo com isso tudo, segundo Bizinotto, o final de 2017 pode ser de mudança no cenário do mercado de carnes. “Temos um último mês no ano com expectativa de aumento de 6% dos volumes, o que engloba tanto a carne de frango e bovina, o que é surpreendente por causa da economia e pela época do ano. A gente vive um cenário interessante, com nível interno e externo ganhando confiança e, a prova disso, é que já temos frigorífico falando em 20% na capacidade de exportação”, finalizou.
Fonte: Acrimat