Cerca de 190 profissionais de saúde de sete municípios da Região Noroeste de Mato Grosso iniciaram na segunda-feira (26.08) uma capacitação em vigilância, diagnóstico e atenção à hanseníase, em Juína (a 783,2 km de Cuiabá). A capacitação segue até sexta-feira (30.08) e é custeada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), em parceria com o Instituto Alliance Against Leprosy, de Curitiba, e as Secretarias Municipais de Saúde.
“Há uma escolha estratégica, por parte do Governo do Estado, pelo diagnóstico precoce da doença e pela execução do Plano Estratégico de Enfrentamento da Hanseníase, feito com base nos parâmetros da Organização Mundial de Saúde. Neste cenário, Mato Grosso faz um grande esforço junto à atenção primária, com um trabalho efetivo de qualificação das equipes de saúde”, ressaltou o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.
De acordo com a técnica do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Rejane de Fátima Finotti, a proposta da capacitação é aumentar a percepção diagnóstica dos profissionais de saúde para a identificação de novos casos da doença e padronizar a rotina e os fluxos operacionais para a atenção à saúde e vigilância em hanseníase.
Durante os módulos, os participantes terão aulas teóricas de epidemiologia, diagnóstico e assistência. Nas aulas práticas, eles serão responsáveis pela avaliação de pacientes com suspeita da doença.
Participam do curso médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêutico-bioquímicos, odontólogos, técnicos da atenção primária e representantes dos ambulatórios de atenção especializada em hanseníase dos municípios de Aripuanã, Brasnorte, Castanheira, Colniza, Cotriguaçu, Juína e Juruena.
Além disso, o curso busca assegurar a qualidade na assistência às pessoas acometidas pela hanseníase e organizar os serviços de laboratório que garantem a qualidade e a oferta dos exames de diagnóstico complementar.
Sobre hanseníase
A hanseníase é uma doença crônica infecciosa causada pela bactéria mycobacterium leprae, que se multiplica lentamente e pode levar de cinco a dez anos para emitir os primeiros sinais e sintomas. A doença afeta principalmente os nervos periféricos e está associada às lesões na pele, como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, ressecamento e perda de sensibilidade.
Dados de 2018 mostram que, em Mato Grosso, aproximadamente 4,7 mil pessoas foram diagnosticadas com hanseníase. Só na região noroeste, a taxa de detecção foi de 162,7 novos casos para cada 100 mil habitantes.
Esses números colocam o Estado e a Região Noroeste na categoria de hiperendêmicos. Para combater essa realidade, foi criado o Plano Estratégico de Enfrentamento da Hanseníase, que prevê ações de prevenção e enfrentamento da doença em Mato Grosso, com a participação do Estado e dos 141 municípios mato-grossenses.