Produzir 30 arrobas de carne por hectare é uma referência que o professor Moacyr Corsi, da Esalq-USP, de Piracicaba, gosta de usar quando diz que, só assim, a pecuária torna-se competitiva com a agricultura na disputa por terra
Não é um número fácil de se conseguir, mas também não é nada utópico, como já ficou demonstrado em algumas reportagens veiculadas por DBO.
Chegar nesse nível de intensificação exige aplicação de técnicas e conceitos que vêm sendo pregados pelo professor há alguns anos. E muitos deles são realidade em projetos que o Departamento de Zootecnia da Esalq – onde ele é titular – participa, inclusive em parceria com empresas privadas.
Talvez o que mais se destaque seja o Projeto Canivete I, iniciativa que é tocada desde 2013 no Mato Grosso, mais fortemente na região de Rondonópolis, sudeste do Estado, em parceria com a empresa Nutripura Nutrição Animal, ali sediada.
O projeto, batizado de “Canivete Suíço” – uma referência ao instrumento que se tornou famoso pela capacidade de reunir numa só peça vários dispositivos de grande utilidade –, teve início na safra 2013/2014, com 8 propriedades e hoje já conta com 15, com graus variados de intensificação, mas que têm em comum a aplicação de conceitos e técnicas que privilegiam a exploração de todo o potencial da pastagem, de ganho de peso dos animais e de uma gestão bem conduzida das propriedades. No início de 2017, contabilizava 23.830 ha de pastos, dos quais 1.800 ha (7,5%) estão intensificados, em fazendas distribuídas em seis municípios do Mato Grosso, abrangendo um rebanho estimado em 170.000 cabeças.
Fonte: Portal DBO