Ao final dessa quarta-feira (27), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmará o aumento da taxa básica de juros, a Selic. A expectativa do mercado é que a taxa suba de 6,25% para 7,5% e ainda prevê que o valor termine o ano em 8,75%.
O Copom sinalizou na última reunião, em setembro, que deve manter o aumento da taxa em 1%. Porém, o mercado espera um aumento de 1,25% e espera que isso se repita na última reunião do ano, nos dias 7 e 8 de dezembro.
Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história em agosto de 2020, em 2% ao ano. Começou a subir novamente em março deste ano, quando avançou para 2,75% ao ano e, no início de maio, foi elevada para 3,5% ao ano. Em junho, agosto e setembro, subiu para 4,25% ao ano, 5,25% ao ano e 6,25% ao ano, respectivamente. Porém, o que é a Taxa Selic e como ela muda a sua vida? O Yahoo Finanças vai tirar essas dúvidas para você.
Primeiro, o que é a Taxa Selic?
A Selic, a taxa básica de juros, é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia e serve como referência para as outras taxas da economia do país. E é o principal instrumento do Banco Central para mentar a inflação sob controle. Diariamente, o Banco Central atua no mercado para manter esse valor próximo ao definido na reunião.
As taxas de juros do crédito não variam na mesma da proporção da Selic, que é apenas uma parte do custo de crédito. Os bancos colocam outros itens na análise na hora de definir os juros cobrados pelos consumidores.
O Copom faz uma reunião a cada 45 dias e são sempre dois dias de encontro. No primeiro, ocorre uma discussão e apresentação das perspectivas das economias brasileira e mundial. No dia seguinte, os membros do Copom, formado pela diretoria do Banco Central, analisam as possibilidades e definem o valor da Selic.
Com a inflação em alta, Selic alta. Inflação baixa, Selic mais baixa
A taxa Selic normalmente faz isso ao controlar os juros fornecidos ao mercado. Assim, sempre que ela oscila, os empréstimos bancários ficam mais caros ou mais baratos. Nesse sentido, o consumo poderá ser estimulado ou desestimulado com base no custo de crédito.
A inflação não pode ser estabelecida por um órgão, sendo resultado de uma variação contínua e generalizada dos preços de produtos e serviços. Com preços mais caros o mercado fica desaquecido e o consumo reduz — acontecendo o oposto quando os preços diminuem. Desse modo, a manipulação da taxa Selic é uma das formas que o Governo tem disponível dentro da política monetária para controlar a inflação.
Por exemplo, quando o IPCA está alto, o Copom tende a aumentar a Selic. Assim, o crédito fica mais caro e o consumo diminui, reduzindo a inflação. Já em um momento que o Governo queira estimular o consumo, o Copom reduz a Selic. Com isso, o crédito fica mais acessível e a tendência é as famílias consumirem mais.
Certo, mas como o aumento da Selic afeta nossas vidas?
Como a Selic está subindo, isso mostra que o governo está tentando controlar a inflação. Com isso, pegar crédito fica mais caro. O banco sobe os juros e diminui a oferta de crédito para pessoas físicas e empresas. Para as aplicações, rendimento de renda fixa, como poupança, Tesouro Selic, LCI, CDB e fundos de renda fixa, também aumenta. Ou seja, o investidor ganha mais dinheiro para cada real que colocar nessas aplicações.
O consumo também entra em queda, pois fica mais caro pegar dinheiro no mercado e isso ajuda a controlar a inflação, pois as pessoas passam a consumir menos. Por outro lado, quando a Selic está em queda, o banco passa a liberar mais créditos por uma taxa menor de juros e as aplicações pedem mais risco do investidor, para que ele ganhe dinheiro. Com uma taxa básica de juros menor, o consumo aumenta e isso faz com que a inflação também suba.
Em setembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 1,16% (o maior desde setembro de 1994), segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E no acumulado em 12 meses chegou a 10,25%. O resultado foi puxado pela disparada nos preços da gasolina e dos alimentos. Em um cenário de inflação alta, o Copom pode elevar a Selic para desestimular o consumo. Mas a medida pode aumentar os juros do cartão de crédito, empréstimos e cheques. A estratégia busca levar o consumidor a adiar uma compra e, assim, controlar a inflação.
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* Com informações de Yahoo
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