Dois blocos da Penitenciária Central de Mato Grosso (PCE) já foram reformados durante a operação na unidade, iniciada no dia 12 de agosto. A informação foi repassada pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, durante entrevista a veículos de comunicação nesta quarta-feira (04.09).
“As celas foram pintadas, as paredes onde haviam tomadas dentro das celas foram tampadas, o local foi higienizado e terá ventilação e iluminação externa. As lideranças criminosas estão sem comunicação extramuros e sem tomadas dentro das celas, não há como carregar os celulares e estão sem bateria, se é que já não acabou toda bateria”, destacou.
Ele defendeu que a ação foi necessária, pois o Estado é o gestor do presídio e havia a necessidade de organizar o ambiente, limpando e retirando objetos das celas que não eram permitidas por lei.
Bustamante disse ainda que a ação foi toda planejada, com os agentes penitenciários previamente selecionados para a ação, que foi informada para o juiz da Vara de Execuções Penais, Geraldo Fidélis, o supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário, desembargador Orlando Perri, Ministério Público, Defensoria Pública e a Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso (OAB/MT).
A reforma das celas e construção de mais leitos foram executados por um grupo de 53 reeducandos que trabalham nas atividades internas. A previsão é de ampliar mais 300 leitos na carceragem.
Blitz, criminalidade e tecnologia
Como uma das formas para driblar a impossibilidade de aumento de efetivo policial, devido a Lei do Teto de Gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o secretário de Segurança Pública destacou que Mato Grosso busca copiar o modelo de sucesso no Estado do Ceará, que conta com mais de 3 mil câmeras, criando uma ‘cerca virtual’ e resultando na redução da criminalidade.
“Estivemos em Pontes e Lacerda e falamos com prefeitos da região da fronteira onde devemos implantar uma cerca virtual com câmeras OCR. Dessa forma, conseguimos controlar os veículos que entram e saem das cidades e essas imagens entram no Big Data, que faz a pesquisa sobre esses veículos. Vamos buscar parcerias para investir em tecnologia”.
Por meio de câmeras, será possível rastrear veículos usados em crime ou que sejam roubados e furtados. Atualmente, a região de fronteira conta com 5 câmeras OCR e a ideia é ampliar o número por meio de parcerias com os municípios e a sociedade organizada.
Ele também destacou que Mato Grosso mantém ritmo de redução da criminalidade. Um dos destaques é o mês de agosto de 2019, que obteve o menor número de homicídios dos últimos 11 anos, com 57 casos, 20% a menos do que em 2018, cujo agosto fechou com 71 assassinatos.
A realização de blitze, criticadas por uns e apoiada por outros, tem efeito também na redução de acidentes e mortes no trânsito. De acordo com o Anuário Estatístico de Trânsito do Detran/MT, em Mato Grosso, os acidentes reduziram em 13%, em 2018 na comparação com o ano anterior, bem como a autuação de pessoas dirigindo sob efeito de álcool ou entorpecente.