O PIB do Agronegócio brasileiro apresentou leve alta de 0,12% em julho de 2019, de acordo com cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e com a Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz)
Esse crescimento mensal manteve positivo o resultado anual do PIB do agronegócio, em 0,64%. Pesquisadores do Cepea indicam que esse desempenho se mantém atrelado às elevações observadas no ramo pecuário, tendo em vista as retrações no agrícola.
As cadeias pecuárias, vale lembrar, têm sido favorecidas por altas dos preços, reflexo, sobretudo, da demanda internacional aquecida e do bom desempenho das exportações. Conforme aponta a equipe Exportação Agro/Cepea, o volume embarcado pelo agronegócio aumentou no primeiro semestre de 2019 (frente ao mesmo semestre de 2018), sendo que as carnes (bovina, suína e de aves) foram determinantes para esse resultado. Somado ao avanço dos preços, o volume produzido pelo ramo pecuário também manteve expansão no período, com crescimentos tanto dentro da porteira quanto na agroindústria. Pesquisadores do Cepea apontam que esses fatores positivos se sobrepuseram ao aumento dos custos de produção e garantiram o crescimento importante acumulado pelo PIB do ramo pecuário até o momento neste ano.
Quanto ao ramo agrícola, a redução do PIB de janeiro a julho reflete o decréscimo verificado no segmento primário. Segundo pesquisadores do Cepea, a renda média da agricultura tem sido pressionada pela queda de preços de produtos importantes (como algodão, café, mandioca e soja) e pela elevação dos custos de produção. Por outro lado, o aumento esperado do volume produzido pela agricultura para a média das culturas acompanhadas, em conjunto com elevações importantes de preços de alguns produtos – como batata, feijão e tomate –, atuou de forma a amenizar a queda registrada no PIB do segmento. Pela ótica do volume produzido, as maiores safras de algodão e de milho são destaques em crescimento.
Por Cepea