O dólar recuava ante o real no pregão desta terça-feira, com o mercado atento ao exterior após parlamentares dos Estados Unidos selarem um acordo preliminar para evitar nova paralisação do governo e expectativas sobre as negociações comerciais entre EUA e China, além de possíveis avanços na reforma da Previdência
Às 10:19, o dólar recuava 0,77 por cento, a 3,7338 reais na venda, após fechar na véspera com avanço de 0,77 por cento, a 3,7629 reais.
O dólar futuro operava em queda de cerca de 0,7 por cento.
Negociadores parlamentares dos Estados Unidos chegaram na segunda-feira a um acordo preliminar para buscar evitar outra paralisação parcial do governo no sábado, mas assessores afirmam que ele não inclui uma verba de 5,7 bilhões de dólares que o presidente Donald Trump quer para um muro na fronteira com o México.
A guerra comercial entre EUA e China também segue no radar. Nesta terça-feira, o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, desembarcaram em Pequim para negociações comerciais de alto nível.
Segundo programação anunciada anteriormente, eles se reúnem na quinta e sexta-feiras com o vice-premiê chinês, Liu He, o principal assessor econômico do presidente chinês, Xi Jinping.
“A questão de um possível acordo entre China e EUA traria um tom mais positivo, isso torna as bolsas um pouco melhores e o câmbio acaba refletindo esse otimismo”, afirmou o economista da Geral Investimentos, Denilson Alencastro.
As duas maiores economias do mundo trabalham para fechar acordo antes de 1º de março, data em que está previsto um aumento das tarifas dos EUA sobre produtos chineses.
Internamente, o foco segue na agenda econômica, com o mercado observando possíveis avanços relativos à reforma da Previdência, sob expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro tenha alta do hospital nesta semana.
“O cenário deu uma melhorada em função da melhora do Bolsonaro. Com Bolsonaro tendo alta esta semana, já há um alívio para a reforma da Previdência, pode começar a avançar”, afirmou um operador de um banco nacional.
Na véspera, o porta-voz da Presidência afirmou que Bolsonaro não deve receber a proposta da reforma enquanto estiver no hospital. Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o presidente deve retornar a Brasília até sexta-feira, quando deve tomar as “decisões finais” sobre o texto a ser encaminhado ao Congresso.
“Precisa ter a chancela dele (presidente) para que a proposta da reforma da Previdência siga e se coloque na mesa de fato o que o governo quer”, avaliou Alencastro sobre a possibilidade de o presidente ter alta.
Além da definição de Bolsonaro sobre o texto, o mercado também monitora a articulação política do governo para assegurar os votos necessários no Congresso.
O Banco Central realiza nesta terça-feira leilão de até 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de março, no total de 9,811 bilhões de dólares.
Por Laís Martins/ Reuters