O dólar avançava com força sobre o real nesta segunda-feira, com elevada cautela no exterior após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar elevar tarifas sobre a China, um novo revés em uma disputa comercial que já dura meses
Às 10:26, o dólar avançava 0,75 por cento, a 3,9686 reais na venda.
Na sexta-feira, a divisa norte-americana caiu 0,50 por cento, a 3,9392 reais na venda. Na semana passada, a cotação subiu 0,19 por cento.
O dólar futuro avançava cerca de 0,75 por cento no pregão desta segunda-feira.
Em uma reviravolta inesperada, Trump disse no domingo que vai elevar as tarifas dos EUA sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses esta semana e terá como novo alvo centenas de bilhões em breve.
A declaração de Trump lança dúvida sobre expectativas anteriores de que a China e os EUA estariam se aproximando de um acordo para encerrar uma guerra comercial de meses que desacelerou o crescimento global e abalou mercados financeiros.
Ainda na semana passada, Trump havia falado que as negociações comerciais com Pequim estavam indo bem.
A declaração do presidente norte-americano, que ocorreu poucos dias antes da retomada das negociações em Washington, gerou uma busca por segurança nesta segunda-feira.
Autoridades chinesas disseram que a viagem está mantida, mas que ainda estão no processo de entender a situação, sem dizer se o vice-premiê, Liu He, que é a principal autoridade da China nas negociações, fará parte da delegação como planejado originalmente.
Do lado doméstico, a segunda-feira deve ser de relativa tranquilidade, com investidores de olho na agenda atarefada da semana.
Para terça-feira, está previsto o início dos trabalhos na comissão especial da Câmara, colegiado onde se encontra atualmente a proposta de reforma da Previdência.
“Espera-se avanços, mas a dúvida é sobre o nível de desidratação que será necessário para esses avanços… Não tem muito otimismo no ar”, disse o operador de câmbio da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado sobre os trabalhos na comissão especial.
Ele acrescentou que o consenso entre participantes do mercado ainda é de aprovação da reforma, embora se pense em uma economia bem abaixo do valor que o mercado espera.
Já na quarta-feira, o BC brasileiro anuncia sua decisão de política monetária, sob ampla expectativa de que manterá a Selic no patamar atual de 6,5 por cento.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.
Por Laís Martins