O dólar caía ante o real no início do pregão desta quarta-feira, com expectativas pela participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na comissão especial sobre a Previdência, e olhando o exterior, onde a disputa comercial entre Estados Unidos e China começa a impactar projeções de decisões de juros
Às 10:31, o dólar recuava 0,86 por cento, a 3,9353 reais na venda.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,29 por cento, cotada a 3,9694 reais.
O dólar futuro caía cerca de 0,9 por cento.
Depois de iniciar os trabalhos na terça-feira, a comissão especial deve receber já nesta quarta-feira Guedes para uma apresentação geral da PEC de reforma da Previdência, prevista para 14h30.
O plano apresentado pelo relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) na véspera, prevê a realização de audiências públicas até o fim deste mês, mas não traz uma data de votação do texto.
“O mercado está na expectativa com a participação de Guedes. A expectativa é boa, mas desde que a articulação política seja a ideal. Pessoal já tomou muita pancada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), esperamos que o governo tenha aprendido algo com isso e possa blindá-lo”, afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
Após o fechamento do mercado, o Copom anuncia sua decisão de política monetária, sob ampla expectativa de que a autoridade manterá a Selic no nível atual de 6,5 por cento.
Segundo Faganello, participantes do mercado estarão atentos para entender se o BC abrirá a porta para eventuais cortes de juros após a aprovação da reforma previdenciária.
No exterior, o dólar perdia força frente a outras moedas à medida que as crescentes preocupações sobre a escalada nas tensões entre China e Estados Unidos levavam investidores a aumentarem apostas de um corte de juros nos EUA ainda neste ano.
Diferentemente de outras ocasiões em que a escalada nas tensões comerciais impulsionava o dólar, o mais recente revés na disputa entre Washington e Pequim levou estrategistas de mercado a focarem no impacto corrosivo que isso pode ter sobre os EUA.
Tal percepção de que um corte de juros pelo Fed pode vir antes do esperado, movimento que beneficiaria o real, está presente nas mesas brasileiras de câmbio neste pregão, avaliou Faganello.
“Existe uma perspectiva de que até o final do ano eles possam mudar o viés que têm hoje de paciência e reduzir a taxa de juros, o que seria benéfico para nós. De fato isso está nas mesas”, afirmou o operador.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.
Por Laís Martins/ Reuters