Especuladores – incluindo 5000 fundos de hedge chineses que negociam em commodities – devem ampliar, em 2017, seu interesse em mercados de matérias-primas, de acordo com a Sucden Financial, que ainda prevê uma revitalização de preços para o café.
As semanas de fechamento deste ano têm, até então, apoiado a maioria dos contratos do complexo de commodities, como aponta a Sucden, deixando claro a disposição dos especuladores em apoiar contratos que possuem um histórico de oferta e demanda.
“Um cenário fundamentalmente otimista levou a uma perspectiva promissora”, disse a corretora, destacando os ganhos de preços nos mercados de petróleo, zinco e no cobre, este último que subiu mais de 25% no trimestre de outubro a dezembro.
Aumento da atividade especulativa
O aumento da atividade especulativa nas commodities, um fator que a Sucden aponta estar evidente por conta da volatilidade em alguns mercados, parece estar bem posicionado até 2017, considerando ainda questões como a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.
“Os investidores ainda devem continuar a usar a classe de ativos como hedge de inflação, bem como também a caça por maiores retornos”, prevê a Sucden.
Para a corretora, Donald Trump deverá atingir “altos níveis de crescimento” por meio de investimentos em infraestrutura, o que também deve impulsionar os preços das commodities.
“Nós suspeitamos e esperamos que essas commodities que possuem uma forte perspectiva do lado dos fundamentos continuarão a atrair o interesse dos investidores não-comerciais, o que inclui investidores de varejo e também os 5000 fundos de hedge que negociam commodities na China”.
Perspectivas de preços para o café
Entre as commodities agrícolas, o café de curto prazo apresenta fatores fundamentais otimistas, segundo a Sucden, após um 2016 considerado decepcionante para a produção do café robusta, com seca no Brasil e no Vietnã.
“A forte demanda que apoiou o mercado ao longo de 2016 deve continuar no próximo ano”, disse, acrescentando que os preços irão se suavizar “na segunda metade de 2017”, à medida em que a produção se recupera e alivia a tensão do mercado.
A Sucden suspeita que uma combinação de longas liquidações, junto a algoritmos comerciais, podem ter gerado movimentos exagerados na Bolsa de Nova York para os futuros do arábica. Ela sinalizou uma esperança de que “se observarmos alguma estabilidade [nos futuros do arábica] em torno dos 140 centavos por libra peso, poderíamos ver os futuros voltando a 150 a 160 centavos por libra peso”.
Perspectivas de uma forte demanda
A corretora ainda sublinhou o potencial da demanda para “apoiar” o mercado de soja em 2017, dado o consumo chinês previsto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que deve bater o recorde de 100,8 milhões de toneladas nesta temporada.
“Sentimos que, devido à forte demanda, os preços futuros poderiam permanecer acima dos US$10/bushel a curto prazo, com potencial para um pico superior”.
No entanto, os preços poderiam recuar para cerca de U$9,50/bushel caso as colheitas da América do Sul não sofram perdas expressivas, além das expectativas de plantio na primavera para a soja americana.
“Apesar da nossa reafirmação de que a demanda chinesa de soja permanecerá alta, certamente haverá fatores que poderão afetar os preços, levando a uma retração para o lado negativo”, finaliza a Sucden.
Fonte: NotíciasAgrícolas