Em carta aberta publicada na última sexta-feira(19), o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses – IBRAFE, relata a lamentável situação do setor, denunciando a manipulação de preços no mercado do feijão e alerta para colapso eminente com a possibilidade de “FOME e MORTE LENTA“. Leia e entenda o caso!
Carta aberta ao setor Feijoeiro
Não adianta fazer-se de distraído. Não adianta mais agora achar que pensamento positivo resolve as coisas. O setor de alimentos do Brasil está começando a enfrentar o colapso. Estamos no caos. Infelizmente não estamos saindo do caos, mas começando. Não se trata de ser de esquerda ou de direita. Infelizmente a questão é de vida ou morte. Eu não estou falando da covid 19. Eu estou falando da situação de abastecimento de alimentos no Brasil. Eu estou falando de FOME e MORTE LENTA, em contraste à morte muitas vezes “rápida” advinda da covid.
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Convoco todos os envolvidos no agro para evitarmos que a tragédia se torne hecatombe. E os responsáveis têm nome e endereço. Tem início pela manipulação que começa nas madrugadas do Brás, em São Paulo, em que meia dúzia de pessoas, não todas, manipulam, para o proveito de um grupo, os preços do mercado do Feijão, se aproveitando da omissão de todos os que foram avisados do que ocorria naquele local e não fizeram nada nos últimos 15 anos, enquanto o IBRAFE alertava que era preciso respeito com o Feijão. Aquela manipulação é uma das responsáveis, em menor ou maior grau, pelo caos que o nosso setor enfrenta. Na sequência, setores de governos passados, que foram muitas vezes alertados de que, independentemente à época de covid 19, caminhávamos para o caos. O Brasil não terá orgulho de ser o maior exportador de cereais às custas da morte de quem quer que seja.
Portanto, diante disso, você, produtor e comerciante brasileiro, obviamente foram vítimas, e não responsáveis, pelo resultado da política agrícola implementada para o nosso setor e pelo desrespeito à Causa do Feijão. Mas serão responsáveis se não participarem de uma frente nacional para combater a fome a partir da nossa trincheira dos Pulses.
Até agora, nosso setor muitas vezes parou, pensou, discutiu, planejou e propôs políticas, contudo nenhum governo executou, até a chegada da Ministra Tereza Cristina. Este desastre anunciado não é de responsabilidade da atual administração. O MAPA – Ministério da Agricultura, já manifestou que está conosco, porém sabemos que os recursos estão escassos. Todavia não medirá esforços e que cumprirá seu papel. Sendo assim, nunca fomos responsáveis pela política agrícola desenvolvida nos últimos 40 anos para o setor Feijoeiro. Mas seremos responsabilizados por parte da tragédia que VAI acontecer à frente. Vocês terão que plantar com garantias.
Com esta carta aberta, vocês, 1 milhão de produtores de Feijão do Brasil, com a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão, do MAPA, e com os melhores profissionais da produção, alinhados aos empacotadores, exportadores, corretores, à imprensa e outras boas empresas e instituições que nos apoiam, estão convocados a se juntar aos esforços também da atuante Câmara Setorial do Feijão de São Paulo, ao atuante CBFP – Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses – e à ABRAFE – Associação Brasileira das Indústrias de Feijão. Junte-se a nós. Solicitaremos uma reunião extraordinária de nossa Câmara Setorial, sob o MAPA, e convidaremos todos a participar. E, mais uma vez, não pequem por omissão. Ainda dá tempo de salvar muitas vidas. A decisão é sua.
Viva o Feijão!
Veja também a entrevista exclusiva com o presidente do IBRAFE, Marcelo Lüders. Clique na imagem para assistir!
Qual a sua opinião sobre os preços do feijão? deixe seu comentário logo abaixo!
Por Vicente Delgado – AGRONEWS
AGRONEWS – Informação para quem produz