Além das exportações da carne bovina, veja também, nesta coluna, a possível tendência de que a volatilidade dos mercados, pela Ucrânia, possa diminuir, e a nova presidência dos plantadores de cana do Brasil
Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®
A informação interessante por trás do recorde de vendas internacionais de carne bovina, em fevereiro, é aquela que muitos devem achar uma má notícia.
A China diminui suas compras do Brasil sobre o mesmo mês de 2021, inclusive no primeiro trimestre, mesmo assim se alcançou 47% a mais em volume total, para 182,3 mil toneladas – mais 77% em divisas, para US$ 975,8 milhões -, graças à perspectiva de consolidação de outros mercados importantes.
A carne brasileira avança nos Estados Unidos, Israel, Emirados Árabes, Itália e Rússia.
Os EUA, inclusive, se consolidaram como o segundo principal destino, depois da China mais Hong Kong.
No bimestre, os americanos levaram 43,4 mil toneladas, contra 7,6 mil nos mesmos dois meses de 2021.
Outra notícia interessante é que a China, caindo de 47% para 41% sua participação no acumulado de janeiro e fevereiro, demonstra que em algum momento deverá vir com tudo novamente.
Está administrando seus estoques, mas eles não durarão muito.
Quando os chineses soltarem suas compras, as exportações vão voar mais ainda.
Portanto, temos os outros mercados de vento em popa e a China tendo que voltar.
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Mercados podem se acomodar mesmo com a crise da Ucrânia
É possível que em algum momento os mercados financeiros e de commodities agrícolas, volatilizados ao extremo pelo conflito na Ucrânia, entrem em algum nível de acomodamento.
Mesmo que seja à custa de vidas e da permanência da Rússia por mais tempo no país.
Pelo menos, se vê que (1) a Otan não deverá intervir, o que já elimina o maior risco de uma situação de guerra descontrolada.
Se (2), a Rússia ceder e não bloquear o gás e o petróleo à Europa, tira um pouco da força explosiva dos preços, que, para alguns analistas, poderia chegar a US$ 200 o barril.
Ocorre que se os europeus são dependentes em até 40% da energia vinda dos russos, o país de Putin também não tem margem para ficar muito tempo sem vender, pois os hidrocarbonetos representam até 60% das exportações.
As reservas do país nos bancos internacionais estão bloqueadas, lembra-se, pelas sanções.
Mas se a Rússia insistir em retaliar as sanções ocidentais, (3) tem a Venezuela e o Irã na mira.
Os Estados Unidos, que não são bobos, já retomaram negociações com Nicolás Maduro. E certamente acenarão ao Irã também.
Se Joe Biden não for duro demasiadamente contra esses ‘inimigos’, sobretudo em relação às ambições nucleares do Irã, é claro que ambos os países vão preferir abraçar o Ocidente do que a Rússia.
E possuem grandes reservas de petróleo, hoje com pouca saída pelos bloqueios impostos pelo governo americano.
Não porque amam a Europa e os Estados Unidos, mas porque qualquer retomada do desenvolvimento passa por essas regiões. A Rússia só tem a oferecer armas e trigo.
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Canavieiros da Feplana terão novo presidente
A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) terá novo presidente a partir de abril, Paulo Leal, líder dos fornecedores independentes do Paraná.
Leal já foi presidente da entidade no passado.
Alexandre Lima, presidente por dois mandatos, deixa a Feplana, que agrega cerca de 60 mil produtores de cana brasileiros, com algumas vitórias conquistadas.
Como a venda direta de etanol das usinas aos postos e deixa bem encaminhada a luta pelo recebimento, por parte dos plantadores, do Crédito de Descarbonização (CBios), do RenovaBio, que hoje apenas as usinas têm direito.
A disputa para mudança desse status já avança no Congresso.
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