Considerado o “novo silício” por sua grande aplicabilidade tecnológica, com a vantagem de ser o mais forte e impermeável material do planeta, o grafeno, derivado do grafite, vem chamando a atenção da indústria e, agora, também dos produtores de algodão
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura, e o diretor executivo da entidade, Marcio Portocarrero, visitaram as instalações do Centro de Pesquisa Avançada em Grafeno (MackGraphe), da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, para conhecer mais sobre o produto e seus usos possíveis na produção de algodão e mesmo sua adição à fibra.
A Abrapa pretende levar estudos e profissionais do MackGraphe para o 11° Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), que será realizado entre os dias 29 de agosto e 1° de setembro, em Maceió (AL). Ao mesmo tempo, Associação e Universidade já planejam uma visita dos cientistas a uma fazenda brasileira de produção de algodão.
O MackGraphe é um projeto que está sendo desenvolvido em rede com universidades da Inglaterra, China, Coreia do Sul e Estados Unidos, trabalhando nas alternativas de aplicação industrial do grafeno. O Brasil é estratégico para o projeto, pois detém as maiores jazidas de grafite do mundo. Aproximadamente 200 vezes mais resistente que o aço, hoje o grafeno já está sendo utilizado na engenharia aeroespacial, na fabricação de próteses, de roupas inteligentes, componentes e peças industriais, além de fibras óticas, seda melhorada, tecidos especiais, chips, dentre muitas outras aplicações.
“O MackGraphe define esse ‘admirável mundo novo’ da tecnologia que estamos testemunhando, principalmente, no campo. Como o algodão, o grafeno já faz parte do dia a dia das pessoas. Sua introdução na cotonicultura pode potencializar os atributos da nossa fibra, assim como os meios de produção. Tudo isso tem a ver com o 11° CBA, que tem foco em inovação e rentabilidade”, afirmou Arlindo Moura. Segundo Moura, levar os cientistas do MackGraphe ao campo certamente contribuirá para tornar as pesquisas ainda mais “ajustadas às necessidades dos cotonicultores”. Na agenda dessa visita, está sendo programada uma escala no Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), da Abrapa, em Brasília.