O dólar acelerava a alta contra o real nesta segunda-feira, superando 5,30 reais em início de semana marcado pelo foco no aumento de casos de coronavírus e nas negociações de um pacote de auxílio econômico nos Estados Unidos, enquanto os investidores aguardavam a decisão de política monetária do Banco Central do Brasil.
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Às 10h44, o dólar avançava 1,51%, a 5,2971 reais na venda. Na máxima do dia, o dólar tocou 5,3075 reais, deixando para trás o movimento de estabilidade registrado no início do pregão.
O dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 1,38%, a 5,3015 reais.
Um impasse no Congresso norte-americano causado por divergências entre republicanos e democratas sobre o tamanho de um pacote de auxílio preocupava investidores de todo o mundo, uma vez que a economia dos Estados Unidos está longe de uma recuperação e segue ameaçada pela alta nos casos de coronavírus no país.
Além disso, em meio à deterioração das finanças públicas do país e à ausência de um plano crível de consolidação fiscal, a agência de classificação de risco Fitch reduziu na sexta-feira, após o fechamento dos mercados, a perspectiva para o rating dos Estados Unidos de “estável” para “negativa”.
“O mercado está olhando muito lá para fora”, disse à Reuters Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do banco Ourinvest. “Você tem uma expectativa em relação ao pacote de 1 trilhão nos Estados Unidos, mas as negociações estão duras, está difícil de sair. Isso, junto com o aumento de casos de coronavírus”, levanta dúvidas sobre a saúde da economia, gerando apreensão e, consequentemente, aversão a risco, acrescentou.
No exterior, diante desse cenário, o dólar era ganhador contra uma cesta de moedas fortes e também diante de pares arriscados do real, como lira turca, peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano.
Enquanto isso, no Brasil, as expectativas giravam em torno da decisão de política monetária do Copom, com boa parte dos mercados esperando mais um corte residual da taxa Selic a nova mínima histórica de 2%.
Muitos analistas citam o ambiente de juros baixos como um dos principais fatores para a disparada do dólar em 2020, uma vez que reduz rendimentos locais atrelados à Selic, prejudicando o investimento estrangeiro e, consequentemente, o fluxo cambial.
“Embora boa parte do mercado espere mais um corte, encerrando o ciclo de queda de juros em 2%, o BC tem sido menos ‘dovish’ em suas declarações”, comentou Fernanda Consorte. “Isso traz volatilidade, principalmente para a moeda.”
Na última sessão, na sexta-feira, o dólar à vista havia registrado alta de 1,15%, a 5,2185 reais na venda.
O Banco Central realizará nesta segunda-feira leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021.
Por Reuters
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