Dólar recua ante real com alívio após novas medidas de estímulo nos EUA
O dólar deixava para trás suas perdas iniciais e passava a rondar a estabilidade contra o real nesta segunda-feira, em reta final de ano que costuma ser marcada por volatilidade.
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O dia era de alívio nos mercados internacionais depois que novas medidas de auxílio econômico foram aprovadas nos Estados Unidos.
O presidente norte-americano, Donald Trump, sancionou no domingo um pacote de ajuda pela pandemia e de gastos no valor total de 2,3 trilhões de dólares, restaurando o auxílio-desemprego a milhões de cidadãos e evitando a paralisação do governo federal.
Após meses de ansiedade em relação ao mercado de trabalho e à saúde das empresas da maior economia do mundo, os mercados internacionais comemoravam a boa notícia, recebendo ainda o impulso do acordo comercial pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia.
“Hoje, com os desdobramentos vistos no exterior, vai voltando a tendência de queda do dólar e fluxo de capital para países emergentes”, disse à Reuters João Freitas, analista da Toro Investimentos.
Às 10h34, o dólar recuava 0,03%, a 5,2047 reais na venda, depois de chegar a tocar 5,1646 reais na mínima do dia.
O contrato mais líquido de dólar futuro tinha queda de 0,27%, a 5,2025 reais.
No exterior, a moeda norte-americana operava perto da estabilidade contra uma cesta de rivais, depois de ter recuado mais cedo em meio ao clima otimista. Pares arriscados do real apresentavam desempenho misto.
Vários operadores chamavam a atenção para a baixa liquidez dos mercados com a aproximação do Ano Novo, que traz consigo chances de volatilidade nos mercados, enquanto, no Brasil, o desmonte do ‘overhedge’ dos bancos antes do fim do ano era apontado como possível fator de pressão para o real.
O overhedge é uma proteção cambial adicional adotada por bancos que deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo de 2020, em regras tributárias. Desfazer o overhedge implica compra de dólares.
“A questão do overhedge pode trazer pressão para o mercado de câmbio, mas nada muito destoante para fazer o dólar disparar contra o real”, disse Freitas. “Desde o começo de dezembro vimos o Banco Central ampliando oferta de swaps para melhorar liquidez.”
O Banco Central anunciou para esta segunda-feira leilão de swap tradicional de até 16 mil contratos com vencimento em maio e setembro de 2021.
Enquanto isso, sem expectativas de movimentações importantes em Brasília com a aproximação do fim do ano, os investidores locais devem levar sua ansiedade em relação ao cenário fiscal doméstico — que tem dominado o radar dos mercados nos últimos meses — para 2021.
Em meio também a atrasos na agenda de reformas estruturais, os mercados devem ficar à espera de garantias concretas de que o governo não desrespeitará seu teto de gastos em 2021.
Na última sessão, na quarta-feira da semana passada, o dólar registrou alta de 0,70%, a 5,2002 reais na venda, maior valor desde 2 de dezembro (5,2422 reais).
Por Reuters
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