O dólar operava com leves oscilações ante o real nesta quinta-feira monitorando o cenário externo, em dia de decisão de política monetária do Federal Reserve, e com os investidores à espera de novidades sobre a equipe econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro e a reforma da Previdência
O dólar BRBY recuou 0,50 por cento, a 3,7395 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em queda de 0,50 por cento, a 3,7395 reais. O dólar futuro DOLc1 tinha baixa de cerca de 0,20 por cento.
“A eleição de meio de mandato nos Estados Unidos foi boa para reduzir o ímpeto de o Fed subir os juros. Embora a reunião de hoje seja menos importante porque não se espera aumento das taxas, é importante porque o mercado quer saber o que o banco central vai escrever”, explicou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos José Faria Júnior.
Na terça-feira, eleições parlamentares nos Estados Unidos garantiram o comando da Câmara dos Deputados ao Partido Democrata, enquanto os republicanos de Donald Trump garantiram a continuidade de seu domínio no Senado.
Dessa forma, é esperado que Trump tenha dificuldades, por exemplo, de implementar uma nova rodada de corte de impostos, o que poderia fazer com que o Federal Reserve tivesse mais trabalho em assegurar a inflação sob controle. Por ora, o Fed prevê pelo menos 5 altas de juros até o início de 2020, com um aumento em dezembro, três em 2019 e o último no início do ano seguinte.
Essa trajetória pode ser mais suave ou, pelo menos, não ter necessidade de ser reforçada com o novo quadro político dos EUA.
O dólar operava em alta ante a cesta de moedas .DXY nesta sessão, mas estava misto ante as emergentes, com leve baixa ante o peso chileno CLP= e alta ante a lira turca TRY=.
Internamente, os investidores continuavam acompanhando o noticiário político, à espera novidades sobre a reforma da Previdência e também a formação do novo governo.
A notícia de que o governo poderá promover alterações na Previdência por meio de medidas infraconstitucionais, ou seja, sem serem emendas à Constituição, teve uma leitura positiva pelos agentes.
“O (presidente Michel) Temer deveria ter feito isso há muito tempo. As medidas infraconstitucionais não dependem de maioria”, avaliou Faria Júnior, para quem essa notícia juntamente com a aprovação da urgência para cessão onerosa ajudam a aliviar a pressão no dólar.
Na véspera, os Senadores aprovaram requerimento que confere o regime de urgência para projeto de lei que promete viabilizar a realização de um mega leilão de áreas para a produção de petróleo do pré-sal.
Por outro lado, também aprovaram reajuste de 16,38 por cento para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com impacto bilionário nas contas públicas.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de 12,217 bilhões de dólares.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Fonte: Reuters