O dólar operava com poucas oscilações ante o real no pregão desta terça-feira, em meio a expectativas para o discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça
Às 10:15, o dólar recuava 0,10 por cento, a 3,7548 reais na venda, após terminar a sessão anterior em alta de 0,07 por cento, a 3,7587 reais. O dólar futuro operava com estabilidade.
O pregão desta terça-feira se inicia com a expectativa pelo discurso de Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. É a estreia internacional do presidente.
Ele deve usar a sua fala, prevista para 12h30 (no horário de Brasília), para promover a agenda econômica, citando reformas e privatizações e defendendo que o Brasil “mudou”.
O mercado também tem em seu radar as reuniões marcadas entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e outras autoridades econômicas mundiais.
“A tendência é que Bolsonaro aborde a necessidade de o país retomar as relações comerciais ‘sem viés ideológico’. Já a agenda de Paulo Guedes tem como prioridade atrair novos negócios e investidores”, disse a corretora Coinvalores em boletim.
Investidores também continuam no aguardo por novidades e detalhes mais específicos sobre a reforma da Previdência, que deve ser apenas superficialmente citada pela comitiva do governo em Davos.
“Detalhes acerca do texto da reforma da Previdência devem – como já indicado – ficar de lado, deixando o mercado ainda mais ansioso e ‘segurando’ as compras de Brasil enquanto o tão esperado encaminhamento do texto ao Congresso não ocorre”, afirmou a corretora H.Commcor em nota.
“Isso, é claro, considerando que seja um texto com impacto fiscal ao mínimo razoável, não necessariamente 1 trilhão de reais (em 10 anos) mas também não muito abaixo dos 700 bilhões de reais”, acrescentou a H.Commcor.
No cenário externo, investidores observam com cautela uma desaceleração no crescimento da economia global após notícias do FMI e da China na segunda-feira.
O Fundo Monetário Internacional cortou suas previsões de crescimento global para 2019 e 2020, citando fraqueza na Europa e em alguns mercados emergentes, além de tensões comerciais.
Também a China informou que registrou em 2018 a taxa de crescimento mais lenta em 28 anos, o que coloca Pequim sob pressão para atuar com novas medidas de estímulo.
No exterior, o dólar se mantinha próximo de uma máxima de três semanas contra uma cesta de moedas nesta terça-feira.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de fevereiro, no total de 13,398 bilhões de dólares.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Por Laís Martins/ Reuters