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A indústria de extração de calcário possui extrema relevância para o desenvolvimento no setor agropecuário em Mato Grosso, pois os solos ácidos do Estado só puderam ser trabalhados graças ao calcário que foi usado na correção desses solos que formam os campos agricultáveis do Estado
Por Sheila Klener
O calcário é um importante minério para a agricultura, a adição de calcário ao solo é essencial pois, além de diminuir a acidez, fornece uma quantidade de macronutrientes para as plantas, como cálcio e magnésio, evitando a toxidez do alumínio, ferro e manganês, que, em grandes quantidades, podem ser prejudiciais para as plantas. Sem corrigir a acidez do solo, os fertilizantes, que são cotados em dólar, possuem eficácia comprometida, aumentando ainda mais o problema dos solos ácidos.
O Brasil hoje possui atualmente mais de 50 bens minerais com reservas conhecidas, e uma dessas substâncias é o calcário agrícola. Mato Grosso é o maior produtor de calcário agrícola do país, segundo fontes da ANM (Agência Nacional de Mineração), tendo produzido em 2021 cerca de 10,9 milhões de toneladas.
Em 2021 o Brasil produziu 54,5 milhões de toneladas de calcário agrícola, sendo autossuficiente. Segundo a ANM, o Brasil tem reservas medidas, indicadas e inferidas da ordem de 100 bilhões de toneladas de calcário para serem exploradas.
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De acordo com a ABRACAL (Associação Brasileira de Produtores de Cal), a última estimativa é de que o agronegócio do Brasil necessite de 80 milhões de toneladas de calcário/ano. No entanto em 2021 o consumo interno girou entorno de 54 milhões de toneladas.
De acordo com a ANM, todas as rochas carbonáticas compostas predominantemente por carbonato de cálcio e/ou carbonato de cálcio e magnésio podem ser usadas na correção da acidez dos solos. No Brasil, geologicamente, as reservas estão distribuídas em praticamente todos os estados e representam centenas de anos de produção nos níveis atuais.
Para a exploração de calcário o interessado após identificar a jazida, deve requerer junto a ANM o direito de exploração via o regime de licenciamento, que seria o mais simplificado, e em seguida solicitar todas as licenças ambientais necessárias para o desenvolvimento da lavra.
Agora você já sabe a importância da indústria da mineração de calcário para o desenvolvimento superlativo do agronegócio em Mato Grosso.
Sheila Klener – Presidente licenciada da AGEMAT
Geóloga formada pela UFMT, mestre em geociências pela UNESP, vice presidente licenciada da FEBRAGEO, presidente do FORUM MINERAGRO, professora, analista ambiental afastada da SEMA, ex-coordenadora do setor de licenciamento ambiental de empreendimentos minerários da SEMA, membro do COMITÊ TÉCNICO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS DE MINERAÇÃO – CTBMin do MME, membro do Subcomitê ProBioCCS do MME.
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