O dólar registrava alta acentuada contra o real na manhã desta quinta-feira, refletindo o clima global de maior aversão a risco em meio a dúvidas sobre a disseminação da Covid-19 e sobre as negociações de um pacote de estímulo nos Estados Unidos, enquanto o fiscal e a economia domésticos continuavam no radar.
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Às 10h19, o dólar avançava 0,31%, a 5,6205 reais na venda, enquanto o principal contrato de dólar futuro subia 0,48%, a 5,622 reais.
Notícias de lockdowns em grandes economias europeias devido a uma segunda onda da Covid-19 direcionavam os mercados mais amplos nesta quinta-feira, afetando o apetite por ativos arriscados em meio a temores sobre o impacto econômico das medidas de combate à pandemia.
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“Hoje não tem muito segredo: o real acompanha as principais moedas”, disse à Reuters Daniel Herrera, analista da Toro Investimentos. “Parece prevalecer um clima mais negativo, principalmente na Europa, com os casos de Covid subindo muito rápido.”
Além disso, disse Herrera, a notícia de que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, disse na quarta-feira ser difícil chegar a um acordo com o Congresso para um pacote de auxílio antes das eleições presidenciais de 3 de novembro colaborava para a cautela internacional.
Dados desta quinta-feira mostraram que os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA aumentaram inesperadamente na semana passada, o que pode elevar os temores de que a pandemia de Covid-19 esteja causando danos duradouros ao mercado de trabalho da maior economia do mundo, ressaltando a urgência de mais apoio fiscal no país.
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Enquanto isso, no Brasil, a saúde das contas públicas e o caminhar da agenda de reformas do governo continuavam no foco dos investidores.
“Seguimos acompanhando o noticiário brasileiro, mas fica difícil sair uma reforma mais robusta este ano, e o mercado trabalha em modo de espera”, comentou Herrera.
Dúvidas sobre como o governo financiaria um novo projeto de assistência social sem furar o teto de gastos e atrasos na apresentação das reformas estruturais –promessas eleitorais do presidente Jair Bolsonaro– foram apontados como fatores que colaboraram para uma disparada recente do dólar em relação ao real.
O patamar atual do dólar representa uma alta de quase 8% desde o final do mês de julho. No acumulado de 2020, diante também de um ambiente de juros extremamente baixos, a moeda norte-americana apresenta salto de cerca de 40% contra o real.
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Na véspera, o dólar negociado no mercado interbancário teve alta de 0,40%, a 5,6033 reais na venda.
Neste pregão, o Banco Central fará leilão de swap tradicional para rolagem de até 10 mil contratos com vencimento em abril e julho de 2021.
Por Reuters
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