O dólar deixava para trás a estabilidade para ser negociado em queda em relação ao real, devolvendo parte dos ganhos acentuados registrados na véspera em meio a um ambiente global mais cauteloso, enquanto os investidores seguiam atentos a pistas sobre a saúde econômica e fiscal do Brasil.
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Às 10h17, o dólar recuava 0,56%, a 5,5496 reais na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez caía 0,39%, a 5,553 reais.
Nos primeiros minutos após a abertura, a moeda norte-americana havia sido negociada com pouca alteração, subindo apenas 0,11% na máxima do dia, a 5,5872 reais.
Na sessão anterior, o dólar à vista teve alta de 0,98%, a 5,5811 reais na venda, refletindo a aversão a risco global em meio a dúvidas sobre uma vacina para a Covid-19 e a um impasse nas negociações de mais auxílio fiscal nos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira, segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, o clima internacional trabalhava de forma mista, com sinais de recuperação econômica da China sendo compensados por temores em relação à disseminação da Covid-19 na Europa, bem como por incertezas em relação a um acordo comercial do Brexit.
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Nesta manhã, o índice do dólar contra pares fortes operava em queda, enquanto divisas consideradas arriscadas, como rand sul-africano, dólar australiano e peso mexicano, avançavam contra a moeda norte-americana.
Enquanto isso, no Brasil, “o fiscal segue como principal fator de monitoramento dos investidores, mas não houve grandes novidades recentemente”, disse Rostagno.
Segundo ele, a notícia de que o presidente da comissão mista do Congresso sobre a reforma tributária, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), tem a intenção de votar a proposta no colegiado ainda este ano “favorece um viés de apreciação do real, mas há dúvidas” sobre o caminhar da agenda do governo.
Incertezas crescentes sobre como o governo financiaria seu programa de auxílio econômico sem furar o teto de gastos, aprofundadas pelo atraso das reformas em meio à pandemia, têm dominado as atenções dos investidores, sendo apontadas como alguns dos principais fatores de pressão sobre o real.
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“O álibi será sempre a pandemia, mas o fato é que o governo deixou muito a desejar e esta perda de objetividade será atribuída à crise do coronavírus”, opinou em nota Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.
“Dentro da inércia de realizações de ações mais relevantes na área econômica, ainda fluiu a criatividade de inúmeras e desgastantes tentativas de (…) gerar recursos para a continuidade dos programas assistenciais, agora eficazes na construção da popularidade do Presidente, e na margem transitam ideias de aumento de tributações, extremamente prejudiciais ao país no momento em que necessita se reerguer para a retomada das atividades econômicas”, completou.
No ano de 2020, diante dessa conjuntura doméstica, o dólar acumula salto de quase 39% contra o real, sendo também impulsionado pelo ambiente de juros extremamente baixos.
O Banco Central fará nesta quarta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 10 mil contratos com vencimento em abril e julho de 2021.
Fonte: Reuters
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