A diminuição das áreas de plantio de Feijão no Brasil é um caso alarmante. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), temos na safra 2021/22 a menor área cultivada com o grão desde 1976.
Mesmo com os avanços tecnológicos e de pesquisa, não é possível aumentar a produtividade a ponto de equiparar a perda de áreas plantadas. Enquanto isso, segundo dados do Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais (IBRAFE), o consumo da população brasileira gira em torno de 223 mil toneladas de Feijão.
Preocupações reais no setor do feijão
A conta não fecha e os reflexos são graves. O principal deles é a falta de um dos principais produtos da cesta básica brasileira na mesa da população, seguido do aumento do preço nas gôndolas, que acaba limitando o poder de compra de boa parte das famílias. Ou seja, falta do alimento de qualquer forma, seja por escassez ou por preço.
“Há tempos não temos excedentes. Todo Feijão-carioca colhido é imediatamente consumido. Abriremos o ano com redução de 13% no Paraná. O que significa que não haverá recuos significativos no momento da colheita em janeiro e fevereiro. Estamos levantando as áreas de plantio dos outros estados, principalmente Minas Gerais, que deverá plantar a maior área desta primeira safra”, afirmou o presidente do IBRAFE, Marcelo Eduardo Lüders.

Em março do ano passado, o presidente do IBRAFE concedeu entrevista ao Agronews® explicando a situação preocupante que passava o setor. Durante a entrevista, Lüders relembrou que o feijão é a mais barata das proteínas, com menor impacto ambiental e que está presente na maioria das casas, principalmente das pessoas de baixa renda. Mas tudo isso pode estar comprometido com a política de preços aplicada no setor. “Quando você olha para o aspecto de consumo, ele (o feijão) também é uma causa social. Qual classe social no Brasil não consome feijão? o milionário?… Eu diria pra você o seguinte, nem o milionário deixa de consumir feijão, o que muda é a frequência, isso sim. A frequência nas classes sociais menos favorecidas é maior, precisa ser maior, É A DIFERENÇA ENTRE A VIDA E A MORTE.“
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