Foram publicadas nesta quinta-feira (30) as Portarias 244 a 246, que definem o novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para a cultura do arroz irrigado em região subtropical, no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
O estudo, realizado pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), com colaboração da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), identifica as áreas de risco e define períodos de baixo risco climático para implantação e produção do arroz irrigado, de maneira a reduzir perdas, obter maiores rendimentos e, assim, servir como base para concessão de crédito e seguro rural. Em Santa Catarina e parte do Paraná, o estudo foi atualizado e validado em 2022.
O documento, portanto, indica os períodos de semeadura e municípios favoráveis para o cultivo do arroz irrigado com base em três níveis de risco climático: 20%, 30% e 40%. Foram considerados aptos ao cultivo de arroz irrigado os municípios que apresentaram condições climáticas dentro dos critérios estabelecidos – com possibilidade de sucesso de 80%, 70% e 60%, respectivamente – em, pelo menos, 20% de sua área.
Resultados
Os resultados são apresentados em tabelas de classes de risco por município, solo, ciclo e decêndio do ano, disponibilizadas pelo Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Deger/Mapa). O acesso pode ser feito no Painel de Indicadores, nas Portarias de Zarc por estado ou no aplicativo Zarc Plantio Certo, disponível para dispositivos com sistema operacional Android e IOS.
Método e novos critérios de avaliação
Em termos de base de dados, o estudo utiliza séries históricas obtidas a partir de redes de estações terrestres, meteorológicas e pluviométricas mantidas por instituições ou empresas públicas estaduais e nacionais. Já as informações referentes às cultivares, disponibilizadas pelas instituições responsáveis pelos materiais, foram agrupadas em três grupos, conforme a duração média do ciclo, da semeadura à maturação, e da duração das fases de interesse para avaliação de riscos.
Com relação à avaliação das condições térmicas, o documento incorpora novos critérios com foco nas especificidades desses estados, diferenciando-se do Zarc realizado para a cultura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul em 2018. Agora, também são considerados o risco de frio (três dias consecutivos com temperatura mínima do ar menor ou igual a 15º C na pré-floração); risco de calor excessivo (três dias consecutivos com temperatura máxima do ar maior ou igual a 35º C na floração); e risco de geada.
Segundo o pesquisador da Embrapa Clima Temperado e responsável técnico pelo trabalho, Silvio Steinmetz, os dois primeiros critérios foram utilizados para definir os períodos de semeadura nas áreas tradicionais de cultivo, e o risco de geada para delimitar os períodos de semeadura nas áreas não tradicionais de cultivo, como as situadas em áreas de maior altitude. “Essas escolhas foram feitas porque essas temperaturas estão ocorrendo com frequência, pelo aumento do evento de ondas de calor e ondas de frio”, explica.
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